A Polícia de Edimburgo, na Escócia, investiga as circunstâncias da morte da jornalista brasileira Nathalia Urban, de 36 anos. Conforme apurado nesta quinta-feira, dia 26 de setembro, ela caiu de uma ponte e chegou a ser socorrida, mas sofreu morte cerebral após dias internada. As autoridades investigam as causas da queda.
Nathalia nasceu em Santos, no litoral de São Paulo, e começou a carreira na região. Atualmente, ela morava em Edimburgo, na Escócia. Nathalia trabalhava como correspondente no portal de notícias Brasil 247, que anunciou o falecimento dela nesta quarta-feira (25). Como jornalista, ela abordava temas como imigrantes, capitalismo e feminismo em programas jornalísticos e nas redes sociais.
Segundo apurado, Nathalia caiu de uma ponte em Edimburgo na segunda-feira (23). Ela foi socorrida e internada em um hospital, mas ficou em estado de coma. Na quarta-feira (25), a jornalista passou por exames que constataram a morte cerebral. Ela é doadora de órgãos e realizou os procedimentos necessários.
A tia dela, Fernanda Toledo Cardo, disse que a sobrinha será sepultada em São Paulo, no Brasil. Porém, não há previsão da data, pois a família ainda não sabe quando será feito o embarque do corpo.
“Não tem voo direto da Escócia”, disse a mulher, informando que o translado sairá de Edimburgo para Londres e da capital inglesa para São Paulo. Ainda segundo Fernanda, a Embaixada Brasileira está responsável pelo processo junto com a Brasil 247, onde Nathalia trabalhava.
De acordo com a tia, os familiares dela estão divididos entre diversas regiões do Brasil, inclusive em Santos, onde reside o pai e uma avó de Nathalia. No entanto, dois irmãos por parte de mãe moram em Portugal. No país, também vive o ex-marido da jornalista.
Atualmente, Nathalia era noiva de um australiano. Segundo Fernanda, eles iriam se casar em outubro. “Comemoravam há alguns meses um anel de noivado. Por conta de um problema de saúde do sogro, cancelaram”, explicou.
Antes da queda
O jornalista e diretor de redação do Brasil 247, Florestan Fernandes Júnior, contou que a colega de profissão estava de férias da empresa e havia viajado para Tunísia, na África, junto com o companheiro.
Um dia antes de retornar ao serviço, ela mandou uma mensagem a um chefe informando que estava de volta e havia se separado. “Mas que ela estava bem, que estava tudo tranquilo”, afirmou Florestan.
Porém, Nathalia não fez contato no dia previsto para retorno ao emprego. Segundo o colega, a jornalista não costumava agir dessa forma, pois sempre avisava quando não conseguiria trabalhar. Com a falta de comunicação, a equipe descobriu sobre a queda ao tentar contato com familiares e a Embaixada Brasileira.
O Itamaraty [Ministério das Relações Exteriores] conseguiu informações das autoridades da Inglaterra, como o hospital que ela estava, o que tinha ocorrido. Ela tinha quebrado duas costelas, tido uma perfuração e estava em estado de coma, mas também não tinha detalhes", disse Florestan.
Causa da queda
De acordo com ele, as autoridades investigam as causas da queda. "O motivo que levou ela a cair de cima da ponte precisa ficar mais claro", afirmou, dizendo que há diversas hipóteses, de acidente até feminicídio.
A notícia do caso surpreendeu a todos. “Eu fiquei chocado porque além de ser minha colega, ela era uma pessoa muito presente, ajudou muito minha filha que foi fazer mestrado na Europa", afirmou o jornalista, dizendo que admirava o trabalho da colega de profissão.
“Ela fez sociologia, jornalismo, tinha uma rede de contatos, era muito bem informada, uma pessoa muito ativa, participava de seminários, de palestras. Tinha contato em tudo quanto é lugar do mundo, gostava muito do que fazia, estava bem, estava feliz com o relacionamento. Então, pegou todo mundo de surpresa”, finalizou.
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