Publicado em 15/10/2015 às 13:02, Atualizado em 26/10/2016 às 13:19

Pais congelam filha morta por esperança de fazê-la renascer

A tailandesa Matheryn Naovaratpong desenvolveu um tipo raro de câncer no cérebro logo após completar 2 anos

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(Foto: BBC)
(Foto: BBC)

No início deste ano, uma menina tailandesa de dois anos de idade tornou-se a pessoa mais jovem a ser congelada por criogenia. Seus pais recorreram à técnica, que preservou seu cérebro no estado em que se encontrava momentos após sua morte, na esperança de que um dia ela possa ser trazida de volta à vida.

O quarto onde Matheryn Naovaratpong passou seus últimos meses está quase vazio. Nele, só permanece seu berço e o suporte que ajudava a manter a menina de pé.

Em meio às paredes brancas, o único traço de cor do ambiente austero vem de uma pequena estátua budista dourada, de alguns de seus bichos de pelúcia favoritos e um enorme retrato dela pendurado na parede.

Hoje, é mais parecido com um altar para uma criança cuja vida foi interrompida tragicamente. Matheryin, ou Einz, como sua família a chamava carinhosamente, desenvolveu um tipo raro de câncer no cérebro logo após seu segundo aniversário. Ela morreu em 8 de janeiro passado, pouco antes de completar 3 anos.

Quando isso ocorreu, seus pais, ambos engenheiros biomédicos, tinham optado pelo procedimento que eles esperam permitir dar a sua filha uma nova chance de viver. Assim que ela ficou doente, surgiu imediatamente a ideia de que deveríamos fazer isso por ela, por mais que seja impossível hoje, diz seu pai, Sahatorn. Fiquei realmente dividido quanto a esta ideia, mas precisava me agarrar a ela. Então, expliquei tudo para minha família.

Sua proposta era preservar Einz por meio de uma tecnologia conhecida como criogenia. O corpo, ou apenas o cérebro, no caso de Einz, é colocado em um estado de congelamento profundo até que, em algum momento no futuro, avanços extraordinários da medicina permitam que se crie um novo corpo para ela e seja possível revivê-la.

Como cientistas, temos 100% de confiança de que isso acontecerá - só não sabemos quando, diz Sahatorn. No passado, poderíamos pensar que levaria 400 ou 500 anos, mas, agora, podemos imaginar que será possível em 30 anos.