O papa afirmou hoje, ao referir-se à chamada teoria do gênero, que a eliminação das diferenças entre sexos é um passo atrás, durante a audiência geral na Praça de São Pedro.
Pergunto-me se a crise de confiança coletiva em Deus, que tão desmoralizados, incrédulos e cínicos nos deixa, não está também ligada à crise da aliança entre o homem e a mulher, observou o papa argentino na audiência geral na Praça de São Pedro, perante cerca de 30 mil fiéis de todo o mundo.
A alegada teoria do gênero parece ser a expressão de uma frustração e de uma resignação que visa apagar a diferença sexual por já não sabermos confrontá-la, acrescentou.
Para Francisco, este é um passo atrás, já que eliminar a diferença (de sexo) é o problema e não a solução.
O papa defendeu que a diferença entre os dois (homem e mulher) não é para competir ou dominar, mas para que se dê a reciprocidade necessária para a comunhão e para a procriação, à imagem e semelhança de Deus.
A união matrimonial e familiar para toda a vida baseia-se nesta complementaridade (...), disse Francisco, que se referiu também à crise do casamento e pediu aos casais que falem mais, ouçam mais, se conheçam mais e se tratem com respeito e cooperem com amizade.
Para ultrapassar as dificuldades desta união, Francisco considerou ser necessário fazer mais a favor da mulher e voltar a redescobrir a beleza do desenho criador de Deus.
Temos que fazer muito mais a favor da mulher. Não só para que seja mais reconhecida, mas para que a sua voz tenha um peso real, uma autoridade efetiva na sociedade e na Igreja Católica, sublinhou.
Esta intervenção de Francisco ocorre seis meses antes de um sínodo (assembleia de bispos) crucial para a família e a sua catequese parece ser uma nova defesa do casamento, apesar de a ala conservadora da Igreja Católica considerar o atual papa demasiado liberal e aberto nas questões sobre o casamento e a homossexualidade.
Comentários
Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site.