Publicado em 23/05/2019 às 13:21, Atualizado em 13/09/2024 às 19:39
Gilsy Arce gastou R$ 761 mil em campanha, tendo recebido voração pífia
Candidata a deputada estadual nas eleições de 2018, Gilsienny Arce Munhoz (PRB) é alvo de operação da Polícia Federal e do Ministério Público Eleitoral (MPE), em Campo Grande. Três mandados de busca e apreensão, expedidos pela 53ª Zona Eleitoral, são cumpridos nesta quinta-feira (23).
Conforme a Polícia Federal, a Gilsy, como é conhecida, teria fraudado a prestação de contas apresentada à Justiça Eleitoral, tendo, em tese, infringido os artigos 350 e 354-A ,que é sobre “omitir, em documento público ou particular, declaração que devia constar informações para fins eleitorais”, para esse crime a pena é a reclusão até cinco anos e pagamento de 5 a 15 dias-multa.
Em fevereiro deste ano, Gilsy Arce foi apontada como potencial "laranja" que, junto com outra candidata, teria levado mais de R$ 900 mil para concorrer ao pleito, obtendo votação pífia nas urnas.
Conforme publicado pelo Correio do Estado, com base em informações da Folha de S.Paulo, Gilsy recebeu R$ 761.589,5 de recursos públicos para financiar a campanha eleitoral. Com esse dinheiro, Gilsy recebeu 491 votos para deputada estadual. Se for calcular quanto custaria cada voto, daria R$ 1.551,099.
Isso não significa que a candidata comprou voto. A ideia é apenas mostrar o valor pago pelo contribuinte para a candidata conquistar votação inexpressiva nas urnas.
Em todo o Brasil, 53 candidatos são suspeitos de receberem altos valores com votação inexpressiva, sendo 49 mulheres,o que reforça a suspeita de que sejam apenas laranjas.
Isso porque a Lei Eleitoral determina a distribuição de, pelo menos, 30% dos recursos do Fundo Partidário e do Fundo Eleitoral para financiamento de candidaturas femininas. Os partidos usam de manobras para atingir a cota com a criação de postulantes de fachada.
* Colaboraram Bruna Aquino e Tainá Jara.
