O jovem sul-mato-grossense encontrado morto em Manaus, nesta terça-feira (14), estava com passagem comprada para voltar a Campo Grande (MS). Diego Gomes Trindade, de 22 anos, chegaria no dia 20 de agosto, mas foi sequestrado e esquartejado por integrantes de uma facção criminosa. As partes do corpo foram colocadas em sacos de lixo deixados próximo ao local onde a vítima morava com o padrasto e o irmão mais novo.
Em Campo Grande, a mãe do jovem luta para retirar o corpo do filho do IML (Instituto Médico Legal) da Capital do Amazonas e fazer o sepultamento. A família precisa de R$ 1.5 mil para bancar as despesas. "Graças a Deus, nós já conseguimos arrecadar praticamente todo o dinheiro. Compramos o caixão para que o IMOL libere o corpo e vamos fazer só o enterro, não vai ter velório porque ele não tinha amigos ou parentes em Manaus, além do meu ex-marido que ele considerava como pai e meu outro filho", conta a dona de casa Maria Dione Gomes, de 41 anos, mãe de Diego.
Diego vai ser enterrado na Região Norte do País por conta do custo do translado do corpo que seria de mais de R$ 10 mil. Dona Maria também não tem condições de comprar a passagem de avião para estar no sepultamento. Então, acompanha de longe, a mais de 3 mil quilômetros de distância, a agonia de não poder se despedir.
"A passagem dele estava comprada, dia 20 meu filho chagaria em Campo Grande. Ele estava tão ansioso, fazia contagem regressiva. O que fizeram com ele foi covardia", desabafa a mãe de Diego.
Diego era morador do Bairro Nova Lima, mas há quatro meses atravessou o país em busca de oportunidade. Foi trabalhar como pedreiro com o padrasto em Manaus e tinha a intenção de juntar dinheiro para voltar a Campo Grande.
Na noite do último domingo (12), ele foi sequestrado por quatro homens. Segundo relatos da mãe do jovem, o ex-marido estava chagando em casa depois da igreja, quando três homens saíram do carro e o renderam perguntando pelo "rapaz com tatuagem no pescoço". Inicialmente, o morador pensou ser um assalto, mas o trio foi até o quarto de Diego e o arrastou a força para o carro, onde estava o quarto envolvido.
Para dona Maria, o filho morreu por engano. "Eles acharam que meu filho era de uma facção rival por ser do Mato Grosso do Sul e aqui ter muita gente do PCC (Primeiro Comando da Capital) e levaram ele, mas o Diego não era bandido, sempre foi um menino tranquilo, não se envolvia em confusão. Ele era usuário apenas de maconha e não traficava. Não tinha motivos para fazerem uma barbaridade dessas", disse a mãe da vítima.
Horas depois do sequestro, na segunda de manhã, um vídeo chocante publicado nas redes sociais de Diego provocou o pânico nos familiares. "Eles bateram muito no meu filho para que ele entregasse o e-mail e a senha das redes sociais dele. Depois publicaram um vídeo e quando eu abri, era meu filho sem cabeça, com o pescoço jorrando sangue, em um banheiro. Achei que eu fosse morrer. Só Deus para me sustentar de pé", detalha Maria.
O crime - O corpo de Diego Gomes foi encontrado na manhã desta terça-feira (14), na rua Peter Drucker, na Zona Oeste de Manaus, dentro de sacos plásticos de lixo. A cabeça da vítima foi decapitada e os braços e pernas foram separados do tronco.
Segundo uma moradora do bairro, ao site Portal da Holanda, os sacos estavam no local desde a tarde de segunda-feira (13).
A vítima vestia uma bermuda na cor caramelo e tinha uma tatuagem de palhaço no tórax que ajudou no reconhecimento. Os restos mortais foram levados pela equipe do Instituto Médico Legal (IML) para exame necroscópico e o caso é investigado pela Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS).
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