Publicado em 22/11/2016 às 13:30, Atualizado em 13/09/2024 às 19:23

Corpo de idoso encontrado dentro de poste é enterrado em cemitério de GO

Devido ao avançado estado de decomposição, não foi possível fazer velório

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Divulgação

O corpo do carpinteiro que foi encontrado dentro de um poste, foi enterrado por volta das 10h desta terça-feira (22) em Goiânia. O carpinteiro identificado como Dagoberto Rodrigues Filho, de 68 anos, deixa a mulherm três filhos e quatro netos.

Devido ao avançando estado de decomposição, não foi possível fazer um velório antes do sepultamento.

Emocionados, familiares se despediram do idoso. "É um sentimento triste. Moramos no Jardim Europa muito tempo, mais de 20 anos ali em frente ao local em que ele morreu. Muito ruim isso", disse ao G1, Wilson Rodrigues, filho da vítima.

O corpo do carpinteiro foi achado no último domingo (20), no canteiro central da Avenida Viena, no Setor Jardim Europa, em Goiânia. O poste em que ele foi encontrado, já em estado de decomposição, tinha uma abertura na parte de baixo. O corpo só foi identificado por meio de análise das digitais.

Adriane Rodrigues, de 36 anos, filha do carpinteiro, conta que o pai morava com ela, a mulher e o neto no Setor Aeroporto Sul, em Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana. Segundo ela, como o pai tinha um transtorno mental, e costumava passar vários dias fora de casa.

De acordo com a filha, Dagoberto sempre trabalhou como carpinteiro, mas há cerca de 17 anos se afastou por causa da doença. "Ele fazia acompanhamento psicológico, mas não consegui internação para ele. Às vezes, ele saía e ficava até cinco dias sumido, mas sempre voltava ou dava um jeito de ligar para a gente buscar".

No último dia 7 de novembro, Dagoberto voltou a sumir, mas não entrou em contato. A família começou a procurar e ir a clínicas e hospitais, mas não conseguiu nenhuma informação sobre ele.

Adriane resolveu pedir ajuda nas redes sociais. A família havia morado por 26 anos no Jardim Europa, bairro onde o corpo foi encontrado. Uma antiga vizinha viu as fotos na web e ligou para a auxiliar informando do corpo achado dentro do poste.

Naquele momento, a filha se lembrou de algo que o pai lhe disse uma vez. "Das vezes em que ele saía, eu perguntava onde ele dormia, que não precisava daquilo. E uma vez ele confessou que já tinha dormindo dentro daquele mesmo poste. Na hora, me deu aquele estalo", conta.

Adriane esteve no local a retirada do corpo feito pelos bombeiros, que tiveram de serrar o poste. Na segunda-feira de manhã, ela foi ao IML com toda documentação do pai, mas ainda assim, não foi possível a identificação. A Polícia Civil só confirmou a identidade durante a tarde, após análise de digitais.

Investigação

A família do carpinteiro acredita que Dagoberto possa ter morrido de causas naturais, mas não descarta a hipótese de ele ter sido vítima de um homicídio.

“A polícia tem de averiguar para sabermos o que realmente aconteceu. O que me deixou em alerta foi um sinal de queimado no começo do poste. Pode ter sido que alguém colocou fogo e, apurado, meu pai correu para a parte mais fina e ficou engastalhado. Mas também ele pode ter passado mal lá dentro porque é muito abafado”, disse Adriane Rodrigues.

De acordo com a Polícia Civil, o delegado que foi ao local onde Dagoberto foi encontrado, Francisco Costa Júnior, já tomou as providências iniciais. A partir desta terça-feira, a Delegacia Estadual de Investigações de Homicídios deve dar continuidade na apuração do caso com o delegado Dannilo Proto. A corporação ainda não sabe dizer como o idoso entrou no poste.

Em relação ao exame de necropsia, ele foi concluído pelo Insituto Médico Legal (IML). No entanto, segundo o órgão, o laudo não aponta a causa da morte de Dagoberto. O supervisor administrativo do órgão, Daniel de Carvalho, disse ao G1 que o fato do corpo ter ficado dentro de uma estrutura metálica pode ter avançado o estado de decomposição, impossibilitando constatar, por exemplo, se foi perfurado.

Dias antes do corpo ser encontrado, moradores da região já tinham acionado os bombeiros diante do cheiro forte nas imediações onde a estrutura estava. Geralda Aparecida da Silva, dona de uma pamonharia que fica em frente ao local, conta que os fregueses do restaurante já estavam reclamando do odor. "Muito ruim. Um cheiro muito forte que incomodava bastante", disse.