Publicado em 20/08/2024 às 08:18, Atualizado em 13/09/2024 às 19:48

Delegada Monah Zein vai responder por quatro tentativas de homicídio

Delegada da Polícia Civil de Minas Gerais, ficou desde as 9h da manhã de ontem presa dentro de casa depois que agentes da corporação foram até o local para pegar sua arma de trabalho

Em.com,
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© Pedro Faria/ EM/ D.A Press - Redes Sociais / Reprodução

A delegada da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) Monah Zein, de 38 anos, se tornou ré e vai responder por quatro tentativas de homicídio contra policiais da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core). O juiz Bruno Sena Carmona, sumariante do 1º Tribunal do Júri de Belo Horizonte aceitou, nesta segunda-feira (19/08), a denúncia feita pelo Ministério Público (MPMG) em 26 de junho.

Com a decisão, a delegada será levada a júri popular para responder pelas quatro tentativas de homicídio, mas ainda não foi definida uma data para a sessão de julgamento. O juiz decidiu também sobre pedidos de uma medida cautelar feitos pelo MPMG. Ele negou a suspensão do exercício dela da função pública de delegada, porém aceitou o pedido de suspensão do porte de arma de fogo da servidora.

O magistrado determinou ainda a proibição de que ela entre em contato e faça postagens em redes sociais referentes às vítimas e testemunhas. A delegada também não pode entrar em contato com elas por qualquer meio, direta ou indiretamente.

O Estado de Minas entrou em contato com a delegada para pedir um posicionamento a respeito da decisão judicial, mas ainda não recebeu retorno.

Relembre o caso

A ocorrência envolvendo a delegada ficou amplamente conhecida depois que, em 22 de novembro, quatro policiais da Core apareceram na porta do apartamento, e a servidora fez uma transmissão ao vivo relatando a situação. No vídeo, Monah afirmou que vinha sofrendo episódios de assédio moral no trabalho e que, logo após o fim das suas férias, os “atos humilhantes, assediadores, bizarros, adoecedores” voltaram a acontecer. Aos mais de 700 espectadores, a delegada disse que apresentou denúncias sobre o que estava passando aos órgãos competentes, mas que nenhuma delas foi investigada.

 Na época, em coletiva de imprensa, o porta-voz da corporação, delegado Saulo Castro, explicou que os agentes foram até o endereço depois que a mulher enviou mensagens em um grupo de trabalho, o que gerou preocupação nos colegas. “A delegada de polícia retornava das férias e enviou em um grupo mensagens que sugeria algo que pudesse levar a uma situação contra sua própria saúde. Colegas de trabalho vieram aqui para acolher a colega. A conversa não se desdobrou, ela estava mais exaltada, e julgamos necessário chamar a Core”, disse.

Apesar das afirmações de Castro, a delegada afirmou que “em nenhum momento” deu a entender que tiraria a própria vida. “Dei a entender que não voltaria para aquele purgatório. Eu apresentei denúncias na ouvidoria do Estado, na ouvidoria da Polícia, na corregedoria, no fiscal do MPMG”, afirmou.