A esposa de Carlos Guilherme dos Santos Bertoldo, 30 anos, morto com um tiro no peito ao reagir a um assalto no último domingo (24), em Campo Grande, desmaiou diversas vezes durante o reconhecimento de Willian de Jesus Santos, de 22 anos, um dos quatro suspeitos pelo crime.
De acordo com o delegado Reginaldo Salomão, da Delegacia Especializada em Roubos e Furtos (DERF), na noite de domingo, Guilherme e a esposa estavam na Avenida Duque de Caxias, em frente ao Aeroporto da Capital. Guilherme estava no carro da família e esperava o ônibus que levaria a esposa para Aquidauana. Quatro homens chegaram, em duas motocicletas, e abordaram o casal.
Anderson Ricardo de Arruda Silva, de 27 anos e um adolescente de 16 anos, eram os condutores das motos. Willian e um homem identificado apenas como Bimbim desceram e anunciaram o assalto. Imediatamente, Guilherme passou a entregar os pertences e, inclusive, a chave do carro. Bimbim chegou a ter dificuldade para separar a chave do veículo, que estava junto a várias outras.
Ainda segundo informações da polícia, quando os autores já estavam dentro do carro, Willian tentou puxar a esposa da vítima pelo braço, na tentativa de obrigá-la a entrar no veículo. Foi quando Guilherme, que era técnico agropecuário, pegou um facão de dentro do veículo e golpeou o braço de Willian.
A dupla de assaltantes desceu do carro e lutou com Guilherme, desistindo do roubo em seguida. Willian e Bimbim correram para fugir e Guilherme jogou o facão contra os autores. Neste momento, Willian virou para trás e descarregou a arma contra a vítima disparando cinco tiros. Um dos tiros atingiu o a vítima no coração.
Durante a fuga, Willian escondeu a arma que usou no crime, debaixo de uma placa localizada em frente à Base Aérea de Campo Grande e ligou para o comparsa, de 16 anos, para socorrê-lo, devido ao corte profundo sofrido no braço. A dupla chegou a sofrer uma queda da motocicleta no percurso para a Santa Casa de Campo Grande.
Durante as investigações, os policiais descobriram que os autores estariam no Jardim Carioca, onde residiam e que um dos autores estaria ferido. Na residência de Willian, os agentes o encontraram com o braço enfaixado e com escoriações pelo corpo, que alegou serem em razão de um acidente de moto. Em contato com a Santa Casa, local onde o suspeito foi atendido, a polícia constatou que o corte no braço era resultante de um objeto cortante e não de queda de moto.
RECONHECIMENTO
Willian foi conduzido a delegacia para que a esposa da vítima fizesse o reconhecimento. Além de reconhecer o autor, a mulher também reconheceu a voz e o forma que Willian usava o boné no dia do crime. A mulher desmaiou em cada procedimento.
Diante da confirmação, o delegado pediu a prisão de Willian que foi negada pela Justiça duas vezes e o suspeito liberado em seguida.
Antes de ser liberado, Willian confirmou o nome dos três comparsas que estavam com ele no dia do crime. Todos os envolvidos são do Nordeste, com exceção de Bimbim, e estavam em Mato Grosso do Sul há dois anos trabalhando em um frigorífico.
Bimbim veio foragido de Cuiabá e estava no Estado há duas semanas. De acordo com o delegado, ele é responsável por organizar o crime e incentivar os demais envolvidos para roubarem duas picapes, que seriam revendidas no Paraguai por R$ 8 mil, depois de serem adulteradas em Cuiabá, no Mato Grosso.
Ainda segundo as investigações, os foragidos devem estar na Capital tentando vender as motos para fugir.
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