Publicado em 13/11/2020 às 07:37, Atualizado em 13/09/2024 às 19:42

Grávida baleada na cabeça era frequentemente espancada e ameaçada de morte

Em um dos episódios, Lorrane Silva de Oliveira, 24 anos, levou um soco na boca porque havia saído de casa sem a companhia do agressor

Metrópoles,
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Divulgação

Novas testemunhas foram ouvidas por investigadores da 13ª Delegacia de Polícia (Sobradinho) sobre o relacionamento de Lorrane Silva de Oliveira, 24 anos e Cleiton Alisson de Sousa, 29. Segundo os depoimentos, a jovem, internada desde quarta-feira (12/11) após levar um tiro na cabeça, disparado pelo companheiro, costumava sofrer agressões severas e era ameaçada de morte.

O delegado-chefe da 13ª DP, Hudson Maldonado, afirmou que pessoas próximas à vítima relataram que o ciúme doentio nutrido por Cleiton motivava os espancamentos. “Em um dos episódios, a jovem levou um soco na boca porque havia saído de casa sem a companhia dele. Depois, ela foi jogada debaixo de um chuveiro, com água fria, para que o inchaço diminuísse”, detalhou o delegado.

Em outra ocasião, o suspeito, que está preso por tentativa de feminicídio, ameaçou Lorrane de morte, caso ela o abandonasse. “Ele disse que a mataria, depois executaria seus familiares e tiraria a própria vida. Com certeza, pelos depoimentos, o casal não vivia um relacionamento harmonioso”, afirmou Maldonado.

As testemunhas ainda revelaram que a gravidez de Lorrane não havia sido planejada. Ela pretendia se separar do rapaz, mas ainda não havia tomado coragem. “Ela contava que não estava feliz e pretendia se separar, mas sentia pena do companheiro, que não tinha para onde ir. E por esse motivo tinha desistido de registrar ocorrências de agressão contra ele”, ressaltou o delegado.

Lorrane está em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Regional do Paranoá. O homem assumiu ter atirado na mulher, mas disse que foi um disparo acidental. Após ter acertado a companheira com o projétil, o acusado fugiu da cena, sendo preso em Sobradinho II.

A perícia da Polícia Civil do DF refuta as alegações de Cleiton, pois encontrou duas cápsulas no local do crime, o que, segundo o delegado, coloca em xeque a versão do homem de que ele teria disparado um tiro de maneira acidental.