Publicado em 14/04/2021 às 15:47, Atualizado em 13/09/2024 às 19:43
Gabrielly Magalhães, de 10 anos, foi morta depois de denunciar que era abusada por padrasto
Presa desde março do ano passado acusada de estrangular e enterrar a filha viva, Emileide Magalhães, de 30 anos, vai ser levada a júri popular. A data do julgamento ainda não está definida, mas conforme decisão do último dia 6 de abril, o juiz pronunciou a ré por homicídio triplamente qualificado por motivo torpe, meio cruel, recurso que dificultou a defesa da vítima e pelo crime de corrupção de menor.
A mulher aguarda julgamento presa na Penitenciária Feminina de Corumbá (MS). O crime bárbaro que chocou Mato Grosso do Sul, ocorreu em 21 de março de 2020. A pequena Gabrielly Magalhães, de 10 anos, foi morta com requintes de crueldade em Brasilândia (MS). A mãe, Emileide Magalhães cometeu o crime após a menina relatar os abusos sexuais praticados pelo padrasto de 47 anos. Depois da morte da menina, o padrasto de Gabirelly foi preso por estupro e segue em Penitenciária de Bataguassu aguardando julgamento.
Após cometer o crime, Emileide procurou a Delegacia de Polícia Civil para registrar um boletim de ocorrência alegando o desaparecimento de Gabrielly. Mas, na mesma noite, a acusada entrou em contato com a Polícia Militar através do telefone 190 para confessar que havia matado a própria filha e informar que queria se entregar.
Com indicação da mãe, o corpo de Gabrielly foi localizado enterrado de cabeça para baixo, próximo do lixão da cidade. Ela afirmou ter agido sozinha. Mas, posteriormente, foi descoberto que a mulher teve ajuda do filho de 13 anos. Interrogado, o adolescente deu todos os detalhes do crime brutal e disse que foi obrigado pela mãe a participar.
O adolescente chegou a ser internado na Unei (Unidade Educacional de Internação), mas foi liberado dias depois e está sob tutela de um parente.
Conforme o adolescente, a mãe derrubou a filha no chão e passou a enforcá-la com fio elétrico. A menina pedia socorro e implorava pela vida. Em seguida, a vítima foi enterrada em um buraco de cabeça para baixo e com os pés para fora. Ela ainda estava viva e se debatia.
Há relatos de que após sepultar a menina, a mulher foi tomar cerveja e voltou ao local do crime duas vezes para se certificar de que a garota estava morta.
O exame necroscópico apontou que a vítima apresentava várias lesões pelo corpo, indicando possível ocorrência de tortura. A causa da morte foi asfixia mecânica por compressão do tórax, compatível com o relato do adolescente.
Uma testemunha relatou à Polícia Civil que Gabrielly havia dito no final de 2019 que teria sido abusada sexualmente pelo padrasto. Ainda segundo a testemunha, a garota mencionou que não poderia revelar o fato aos professores ou à polícia por que tinha medo de represálias da mãe.