Publicado em 25/11/2015 às 13:49, Atualizado em 26/10/2016 às 13:39

PF cumpre mandados de busca na casa e escritório de Delcídio em MS

Senador do PT foi preso porque está atrapalhando a Lava Jato, diz polícia.Há movimentação de viaturas da PF na casa do senador em Campo Grande.

, G1/MS
(Foto: Danyelle Escher/ TV Morena)
Saiba Mais
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Policiais federais cumprem mandados de busca e apreensão na casa e no escritório do senador Delcídio do Amaral (PT), em Campo Grande, na manhã desta quarta-feira (25). Há movimentação de viaturas da PF e policiais no condomínio onde Delcídio mora, no bairro Jardim São Bento, e também no escritório dele, no bairro Jardim dos Estados. A assessoria da PF em Mato Grosso do Sul confirmou a operação para buscas.

O líder do governo no Senado foi preso nesta manhã pela PF em um hotel em Brasília porque está atrapalhando as investigações da operação Lava Jato. Também foram presos pela PF nesta manhã o banqueiro André Esteves, do banco BTG Pactual e o chefe de gabiente de Delcídio, Diogo Ferreira.

A assessoria do senador informou que o advogado dele, Maurício Leite, recebeu uma ligação do Delcídio e embarcou de São Paulo para Brasília para acompanhar o caso. Um dos assessores de imprensa de Delcídio disse aoG1 que acompanha as buscas no escritório do senador.

Segundo a PF, ele teria tentado dificultar a delação premiada de Cerveró sobre uma suposta participação de Delcídio em irregularidades na compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos.

Segundo investigadores, Delcídio chegou até a oferecer fuga a Cerveró, para que o ex-diretor não fizesse a delação premiada, o que reforçou para as autoridades a tentativa do petista de obstruir a Justiça.

A prova da tentativa de obstrução é uma gravação feita pelo filho de Cerveró que mostra a tentativa do senador de atrapalhar as investigações e de oferecer fuga para o ex-diretor não fazer a delação.

HistóricoO líder do governo foi citado na Lava Jato na delação do lobista conhecido como Fernando Baiano. No depoimento, Baiano disse que Delcídio recebeu US$ 1,5 milhão de dólares de propina pela compra da refinaria.

Em outubro, Delcídio havia negado o teor da denúncia de Baiano e disse que a citação a seu nome era lamentável.

Delcídio  também foi citado em outro contrato da Petrobras, que trata do aluguel de navios-sonda para a estatal. Segundo Baiano, houve um acordo entre Delcídio, o atual presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), o senador Jader Barbalho (PMDB-PA) e o ex-ministro Silas Rondeau, também filiado ao PMDB, para dividir entre si suborno de US$ 6 milhões.

O líder do governo havia classificado a denúncia de uma coisa curiosa que não tem lógica.