Publicado em 02/04/2019 às 09:32, Atualizado em 13/09/2024 às 19:38
"Já que eu vou ser preso mesmo, vou ser preso por ter matado", disse investigador durante reunião no Fórum
Investigador da Polícia Civil, Adamilton Balbuena, 58 anos, foi preso e afastado do cargo após ameaçar o defensor público Yuri Cesar Novais Magalhães Lopes, dentro do Fórum de Bela Vista, durante tentativa de acordo sobre pensão alimentícia. O caso, registrado como tentativa de homicídio, aconteceu na manhã de 26 de março no município a 322 km de Campo Grande.
De acordo com a denúncia do MP/MS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), em determinado momento, visivelmente alterado por ter discordado da tentativa de acordo, o investigador sacou o revólver calibre 38, que utiliza em serviço, e apontou para o defensor.
“Eu vou te matar aqui agora. Seu defensor público de m****. Quem você pensa que é. Já que eu vou ser preso mesmo, vou ser preso por ter matado”. Após essa ameaça, conforme a denúncia, o policial engatilhou a arma e apontou diversas vezes em direção à cabeça do defensor.
Acionado por testemunhas, o policial militar Eduardo Dias Cordeiro, que trabalham no fórum, sacou uma pistola e se colocou na frente de Adamilton, permitindo que as pessoas saíssem da sala. Ao prestar depoimento, o PM disse que o investigador ordenou que saísse da frente, caso contrário, iria matá-lo.
A prisão foi decretada no mesmo dia pela juíza Melyna Machado Mescouto Fialho, atuando em substituição legal. A defesa entrou com pedido de liberdade no TJ/MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul), mas o habeas corpus foi negado na última sexta-feira (dia 29) pela desembargadora Dileta Terezinha Souza Thomaz.
A defesa discorda da classificação do crime em tentativa de homicídio, apontando que o fato se insere em ameaça. Na tentativa de libertar o policial, foi destacado que ele é réu primário, servidor público e possui residência fixa. Mas, de acordo com a desembargadora, o caso precisa de análise mais cautelosa .
Nesta terça-feira (dia 2), foi publicado o afastamento compulsório de Adamilton Balbuena da Polícia Civil, com recolhimento de arma e carteira funcional. Conforme a Corregedoria-Geral da Polícia Civil, a medida considera a gravidade dos fatos.