Publicado em 08/08/2024 às 13:34, Atualizado em 13/09/2024 às 19:48
Menina é autista e era muito apegada ao cabelo e após o caso está sofrendo com crises
Mulher de 22 anos, procurou a delegacia da cidade de Ribas do Rio Pardo, distante 98 quilômetros de Campo Grande para registrar um boletim de ocorrência contra creche da cidade, pois a filha da mesma voltou com o cabelo cortado sem sua permissão.
A mãe conta que a filha tem TEA (Transtorno do Espectro Autista)e é muito apegada ao cabelo e não entende como isso aconteceu dentro da unidade escolar. Conforme a mulher, a menina ficou muito alterada após o corte, "ela perdeu o cabelo de princesa".
Ainda conforme o boletim de ocorrência, uma nova professora teria começado a frequentar a unidade. Na última terça-feira (06) a menina retornou da creche com um penteado diferente, com o cabelo trançado. Porém, após desmanchar a trança, houve o impacto: o cabelo cortado cerca de dois palmos e não foi feito de maneira uniforme.
Muito abalada e revoltada com o que aconteceu a mãe da menina conversou coma reportagem do Diário Digital, ela que preferiu não se identificar disse que a menina não está conseguindo dormir. "Um pouco agitada, ainda não deixou arrumar o cabelo nem pentear ainda, mas estou respeitando isso, ela toma medicação para controle de crises, está tendo que tomar remédios para dormir também, mas graças a Deus estou conseguindo controlar", desabafou.
A mãe continua dizendo que está tentando proteger a filha agora, acalmá-la. “Ontem no período da manhã ela foi mesmo não querendo ir e chorando eu levei, pois precisava ir procurar saber o que aconteceu, porém, peguei às 11 horas e não vou mais mandar, ela disse que 3 “pro” foram lá e brigaram com ela porque ela cortou o cabelo e chorando me falou: não fui eu mamãe. Minha sobrinha estuda na mesma sala e se comunica bem melhor e perguntei para ela, pois como a minha fala algumas coisas desconexas pensaram que eu poderia estar entendendo errado a prima dela confirmou que foram na sala e pegaram a prima e ficaram falando para ela que ela cortou o cabelo para ela falar. Minha filha amava ir para escola todos os dias ia feliz perguntei se ela queria ir à escola e ela não quer mais. Não tenho confiança nem segurança e pior agora estou com medo de retaliação, então não vou mandar”, finalizou a mãe.
Ainda conforme a mãe, ela procurou a secretaria de educação. “Quando sai de lá de manhã já fui a delegacia, pois lá o secretário me disse para não criar expectativa porque lá era uma secretaria e só iriam averiguar o que aconteceu e não eram justiça, então não puniriam ninguém, e afinal mãe é só um cabelo que vai crescer”, desabafou.
De acordo com o secretário da Secretaria e Educação da cidade, Nizael Flôres De Almeida, este informou que será aberto um processo de investigação interno para saber se houve violação dos direitos da criança, por enquanto ninguém foi afastado.