Publicado em 20/08/2015 às 09:37, Atualizado em 26/10/2016 às 12:54
Ex-governador foi a Câmara de Vereadores conversar com bancada do PMDB sobre eleições municipais e convenção do diretório da capital
O ex-governador André Puccinelli (PMDB) admitiu na manhã desta quarta-feira (19), em visita a Câmara de Vereadores de Campo Grande, que a Operação Lama Asfáltica pode respingar em políticos envolvidos no escândalo que repercutiu não apenas em Mato Grosso do Sul, mas na mídia nacional.
A operação foi deflagrada no começo de julho deste ano pela Polícia Federal, Receita Federal, CGU (Controladoria-Geral da União) e MPF (Ministério Público Federal) em busca de responsáveis por desvio milionário de dinheiro público em MS.
Segundo a Polícia Federal, os prejuízos aos cofres públicos somam aproximadamente R$ 11 milhões, de um montante de R$ 45 milhões fiscalizados.
Nos (políticos) que forem culpados, é claro que vai respingar. Estou defendendo total e rigorosa apuração. Culpem os culpados, não tenho participação alguma nisso. Não fui sequer citado, nem busca e apreensão fizeram na minha casa. As licitações foram convalidadas todas, limitou-se a dizer André Puccinelli, que foi a Câmara de Vereadores de Campo Grande pela manhã conversar com a bancada do PMDB.
Essa, no entanto, é uma das poucas vezes que o ex-governador fala com repórteres sobre as investigações envolvendo principalmente o ex-deputado federal Edson Giroto (PR), seu ex-secretário de Obras na Prefeitura de Campo Grande e no Governo do Estado.
Ex-assessor especial do Ministério dos Transportes, Giroto teve sua residência em Campo Grande invadida por agentes federais em busca computadores e documentos.
Para analistas, a operação Lama Asfáltica resultou numa verdadeira ducha de água fria nas pretensões de alguns pré-candidatos à sucessão do prefeito Gilmar Olarte (PP), com prejuízo maior para Giroto, presidente regional do PR, alvo de investigação por suposto desvio de dinheiro dos cofres públicos.
Giroto é pré-candidato do PR à Prefeitura nas eleições municipais do ano que vem, mas a cúpula do partido deve rever seus planos diante da crise envolvendo o correligionário.
CONVENÇÃO
Na saída da reunião, o ex-governador disse que foi a Câmara conversar com os vereadores peemedebistas sobre a convenção do diretório municipal e sobre as eleições municipais do ano que vem.
Além do presidente da Mesa Diretora, Mário Cesar, integram a bancada do PMDB na Câmara os vereadores Paulo Siufi, Carla Stephanini, Magali Picarelli, Edil Albuquerque, Dr. Loester e Vanderlei Cabeludo -- apenas os dois últimos não compareceram à reunião.
Atual presidente da executiva municipal, a vereadora Carla Stephanini deve ser substituída durante a convenção que elegerá os novos membros do diretório partido na Capital.
O comando partidário, ainda segundo o ex-governador, deve encomendar pesquisas de intenções de voto para medir a densidade eleitoral de um candidato à sucessão do ano que vem. André Puccinelli voltou a garantir que não será candidato a prefeito em 2016.
Melhor avaliado no momento, o deputado estadual Marquinhos Trad deve deixar os quadros da legenda para se abrigar em outro grupo político visando disputar as eleições do ano que vem. Rebelde no PMDB, o caminho provável de Marquinhos é o PSD do ministro das Cidades, Gilberto Kassab.