Publicado em 26/06/2017 às 14:36, Atualizado em 13/09/2024 às 19:35

Cúpula aposta em revés político e diz que acusação não colou nas bases eleitorais

PSDB vê movimentação do governador Reinaldo Azambuja com entrega de obras no interior como fator positivo rumo à reeleição

Conjur,
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PSDB vê movimentação do governador Reinaldo Azambuja com entrega de obras no interior como fator positivo rumo à reeleição

A cúpula tucana aposta em um revés político mesmo diante de um cenário turbulento e assegura que as acusações contra Reinaldo Azambuja (PSDB), feitas pelo empresário Wesley Batista, do Grupo JBS, não refletiram negativamente no interior de Mato Grosso do Sul, por onde o governador tem cumprido agenda pública nos últimos dias.

Na verdade, o PSDB vê a movimentação do governador nas bases eleitorais entregando obras e anunciando ordem de serviços como fator positivo rumo à reeleição.

Outro importante fator seria a manutenção da base de sustentação política do governador que não se dispersou, incluindo o apoio dos deputados estaduais, boa parte da bancada federal, prefeitos e vereadores.

A leitura foi feita por um importante expoente do partido e que já opera na tentativa de reverter o quadro, colocando o líder tucano novamente na posição de favorito na corrida palaciana em 2018.

Acusado em delação premiada de receber propina em troca de benefícios fiscais ao Grupo JBS, Reinaldo Azambuja reagiu duro contra os delatores por meio de ações judiciais e até tentou afastar do caso o ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato, medida que, segundo analistas, lhe deu sobrevida e abriu precedente para que outras lideranças possam fazer questionamentos semelhantes.

Na semana passada, o plenário do STF decidiu pela manutenção de Fachin na relatoria da Lava Jato. No entanto, ainda há posições controversas sobre qual é o verdadeiro papel do relator diante da homologação de colaborações premiadas.

O debate foi feito a partir de questionamentos apresentados pela defesa de Reinaldo, que questiona o fato de as petições e inquéritos terem sido encaminhados diretamente ao ministro, relator da Lava Jato.

A defesa do tucano sustenta que as delações dos empresários do Grupo J&F, do qual o frigorifico JBS faz parte, deveriam ter sido distribuídas por sorteio, sob a alegação de que o ministro tem a prevenção para ser o relator de ações relacionadas à Operação Lava Jato, mas não dos novos casos trazidos com base no acordo de colaboração dos irmãos Joesley Batista, Wesley Batista e demais executivos do grupo.

NOVO CENÁRIO

Embora o assunto ainda esteja sob investigação da Política Federal, analistas veem um novo cenário se desenhando no Estado por conta do envolvimento do nome do governador, além dos ex-governadores Zeca do PT e André Puccinelli (PMDB), também citados pelos delatores como envolvidos em recebimento de propinas milionárias.

Diante disso, a leitura que eles fazem é sobre a possibilidade do surgimento de novos nomes na disputa para o governo do Estado em 2018. Citam, entre outros, o juiz Odilon de Oliveira e o médico Ricardo Ayache (PSB).

Enquanto isso, Reinaldo percorre o Estado em pré-campanha. Recentemente, visitou várias cidades, como Dourados, Camapuã e Costa Rica.

No começo da semana, o governador autorizou obras de drenagem e asfalto em 24 municípios, com investimentos de R$ 29.198.935,95. A receptividade no interior, para os líderes tucanos, tem sido muito boa, o que está sendo capitalizado politicamente pelo núcleo político do governo.