Publicado em 19/03/2015 às 13:34, Atualizado em 13/09/2024 às 19:16
Após auditoria com supostas irregularidades, Assembleia criou CPI para investigar esquema
A Energisa estava ciente do suposto esquema de desvio de R$ 700 milhões da Enersul, segundo o deputado estadual Marquinhos Trad (PMDB). O grupo, que comprou a Enersul em 2013 e assumiu ano passado, teria conhecimento e mesmo assim teria dado continuidade. Ontem, a empresa divulgou nota negando qualquer envolvimento no esquema, afirmando que os dados dizem respeito ao período
Não estou responsabilizando ela [Energisa] pela gestão anterior, mas a empresa não cessou, mesmo ciente dos atos ilegais e imorais. O parlamentar cita, ainda, que a empresa teria firmado, inclusive, contratos suspeitos de consultoria técnica com ex-diretores.
A atual concessionária de energia elétrica também pode ser responsabilizada se for o caso, segundo o deputado. A empresa quando adquire, ainda mais uma empresa concessionária de um serviço público, adquire o bônus e ônus.
A Assembleia vai investigar as supostas irregularidades, apontadas por meio de auditoria feita pela PWC (Pricewaterhouse Coopers) a pedido da Câmara de Valores Mobiliários, após requerimento feito por Marquinhos e o então deputado federal Fábio Trad, irmão dele, com a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Enersul, que deve ser oficializada nos próximos dias.
A investigação deve revelar quem são os 35 nomes que aparecem em uma folha confidencial com supostos beneficiários do esquema. O parlamentar diz não saber os nomes dos envolvido, pois estão em sigilo pela auditoria, mas prometeu identificar se há políticos envolvidos no esquema e quantos estes receberiam.
Segundo informações preliminares, há gratificações milionárias e mal explicadas pagas a ex-diretores de 2010 para cá. Os valores das gratificações chegam a R$ 2 milhões, segundo disse, durante a sessão desta quarta-feira (18), o deputado estadual Marquinhos Trad (PMDB).
Marquinhos apresentou o requerimento com pedido de CPI na quarta-feira (18) e obteve apoio dos 17 parlamentares que estavam presentes na sessão ele precisava apenas de 8 para abertura da comissão. Nesta quinta, outros três deputados também assinaram o documento. Falta, agora, a oficialização em Diário Oficial, o que deve ocorrer nos próximos dias.