Publicado em 29/12/2017 às 11:55, Atualizado em 13/09/2024 às 19:36
Um exemplo da farra no MS, Ex governador Puccinelli ganha quase um “Uno” por mês como aposentado
Talvez exista uma explicação o porque que o Instituto de Previdência de Campo Grande tem um rombo de R$ 335 milhões. O contribuinte sul-mato-grossense banca a aposentadoria especial de 54 ex-deputados estaduais, conforme ação popular movida pelo policial da reserva Daniel Martins Carvalho em 2008. A farra inclui político que teve apenas quatro anos de mandato, como Valter Pereira, pai do presidente regional do PSDB, deputado estadual Beto Pereira, e Marilu Guimarães.
A maior parte, 28 ex-deputados estaduais, passaram a receber a aposentadoria após dois mandatos consecutivos, ou seja, oito anos. Neste grupo estão o ex-governador André Puccinelli (PMDB) e o presidente regional do PDT, João Leite Schimidt. O benefício é de R$ 11,4 mil, conforme despacho da Justiça Federal em novembro deste ano.
Valter Pereira e Marilu são citados na sentença do juiz David de Oliveira Gomes Filho, da 2ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos, em 2015, como aposentados pelo MSPrev.
Pereira foi presidente da Enersul e assumiu a vaga de senador da República com a morte de Ramez Tebet (PMDB) em novembro de 2006. No entanto, ocupou a vaga de deputado estadual por apenas um mandato, entre 1983/87.
O filho de Valter, Beto Pereira, era líder do PSDB e foi um dos responsáveis em articular a aprovação da reforma da previdência proposta por Reinaldo Azambuja (PSDB), que impôs restrições aos 75 mil servidores estaduais. Enquanto os servidores trabalham 35 anos para obter a aposentadoria, seu pai só “trabalhou” por quatro anos como deputado estadual.
Dos 54 ex-deputados estaduais, só seis tiveram a aposentadoria anulada pela Justiça, porque o benefício foi concedido depois de 1998, quando houve a primeira reforma da previdência, na gestão de Fernando Henrique Cardoso.
O juiz só anulou as aposentadorias de Londres Machado, Ary Rigo, Valdenir Machado, Antonio Carlos Arroyo, Humberto Teixeira e Roberto Orro. Maurício Picarelli ainda exerce o mandato de deputado estadual, apesar de receber aposentadoria especial.
Pelo menos três ex-parlamentares se aposentaram após 20 anos de mandato e recebem R$ 30,4 mil por mês, superior ao subsídio pago ao deputado estadual.
Doze recebem em torno de R$ 18 mil porque exerceram três mandatos. Este número não inclui Zé Teixeira (DEM), primeiro secretário e favorável a reforma da previdência, porque ele se aposentou em 2011 e a aposentadoria só foi anulada neste mês pelo Tribunal de Contas do Estado.
Em nota, a Assembleia já tinha destacado que todos os benefícios foram concedidos com base em lei e descartou qualquer irregularidade.
O único problema é que enquanto há uma categoria especial, composta por políticos, que desfrutam de aposentadorias nababescas, os governantes procuram impor sacrifícios à população para acabar com o déficit na previdência.
Resumindo, o povo paga os privilégios e ainda é responsabilizado pelo transtorno que essas mordomias causam aos cofres públicos
Fonte: ojacare