A Polícia Federal tem pelo menos até o começo de junho para colher depoimentos referentes a inquérito que investiga o envolvimento do deputado federal Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS) no chamado caso Gisa. Ele era secretário de Saúde de Campo Grande quando foi lançado o projeto, que consumiu à época quase R$ 10 milhões, mas nunca foi colocado em prática.
O início das investigações foi autorizado pelo STF (Supremo Tribunal Federal) em fevereiro. No mês anterior, o Ministério da Saúde pediu de volta à Prefeitura R$ 14,8 milhões, em valores corrigidos, gastos com o Gisa, um sistema de informática para gerenciamento da rede municipal de saúde pública que nunca saiu do papel.
No dia 6 de março, o ministro Luiz Fux deu prazo de três meses para a PF colher depoimentos, a pedido da PGR (Procuradoria-Geral da República). Até agora, a Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, onde houve a CPI da Saúde, que também apontou problemas no Gisa, o Ministério da Saúde e o Fundo Nacional de Saúde responderam a ofícios com questionamentos sobre o caso, enviando inclusive cópias de procedimento tomada de contas.
O inquérito 3949 DF traz como assunto Crimes Previstos na Legislação Extravagante, Crimes da Lei de licitações, Crimes Praticados por Particular contra a Administração em Geral e Tráfico de influência, supostas irregularidades cometidas pelo parlamentar.
Atualmente, Mandetta se vê às voltas em polêmica com o PT. Na semana passada, o deputado relacionou usuários de drogas a eleitores petistas, causando reações no partido: (...) O cara começa na maconha, passa pra cocaína, vai no crack, acaba votando no PT no final do processo, comentou durante sessão da Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados.
Sábado (16), lideranças do PT em Mato Grosso do Sul afirmaram que Mandetta será processado pelas declarações. Já o parlamentar, por meio de sua assessoria, afirmou tratar-se de uma ironia, bem recebida até por parlamentares petistas na ocasião.
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