A possível saída do ex-prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad (PSD), da disputa deve desequilibrar a campanha para o governo de Mato Grosso do Sul.
O pré-candidato é investigado, com outras três pessoas, em inquérito da Polícia Civil por suspeita de assédio sexual, importunação sexual, favorecimento a prostituição, estupro e tentativa de estupro.
Marquinhos Trad deve se pronunciar sobre as acusações nesta quarta-feira (27).
O questionamento mais comum nos órgãos de imprensa e nas rodinhas políticas no Estado é para onde vai migrar a maioria dos votos de Marquinhos em caso de desistência das eleições.
Por enquanto, Marquinhos Trad está em segundo lugar na corrida rumo a cadeira ocupada pelo governador Reinaldo Azambuja (PSDB) em empate técnico com o ex-governador André Puccinelli (MDB), que lidera a disputa, segundo atesta o último levantamento divulgado pelo instituto Ranking Brasil, no domingo (24).
De acordo com o levantamento, André Puccinelli tem 16,70% dos votos, enquanto Marquinhos Trad tem 15,30% da preferência do eleitorado.
Uns acreditam que o ex-governador André Puccinelli herdará boa parte do eleitorado do ex-prefeito, enquanto outros acreditam em divisão mais equilibrada, incluindo boa parte para o pré-candidato do governo, Eduardo Riedel (PSDB), para a deputada Rose Modesto (União Brasil) e para o deputado estadual Capitão Contar (PRTB).
O CASO
O inquérito foi aberto a partir dos depoimentos de quatro mulheres feitos entre os dias 4 e 5 de julho, na Corregedoria da Polícia Civil.
As vítimas disseram nos depoimentos que teriam mantido relações sexuais com o prefeito, inclusive no banheiro do gabinete dele, na prefeitura, com a promessa de vantagens, como um emprego público.
Uma delas chegou a ser encaminhada para o Proinc (Programa de Inclusão Social), que é gerido por uma entidade da administração indireta do município, a Funsat (Fundação Social do Trabalho).
As advogadas de Marquinhos Trad, Andrea Flores e Rejane Alves de Arruda, negam as acusações e dizem que se trata de armação política.
Entretanto, relatam que o ex-prefeito admitiu, até para a própria esposa e filhas, que manteve relações sexuais consentidas com duas das quatro mulheres que prestaram depoimento.
Elas ressaltam que o ex-prefeito não tinha relação de subordinação com nenhum das “supostas vítimas”, o que descaracterizaria a denúncia por assédio e a mulher que obteve a colocação no Proinc teria conseguido a vaga por seleção após o fim do relacionamento.
As advogadas apontam que as mulheres que fizeram a denúncia contra a Marquinhos Trad receberam dinheiro de adversários políticos do ex-prefeito para fazer a “falsa” comunicação de crime e que, uma delas, arrependida teria registrado nova versão em cartório. Elas dizem que estão reunindo provas, como prints de transferências bancárias, conversas por Whattsapp e até vídeo para pedir apuração da polícia pelos crimes de denunciação caluniosa, violação de segredo e abuso de autoridade.
O delegado-geral de Polícia Civil de Mato Grosso do Sul, Roberto Gurgel, disse que a corporação não recebeu informação sobre essa suposta cooptação, mas que assim que receber a denúncia ela será apurada. Ressaltou ainda que a investigação é técnica e não tem nenhuma conotação política. (Com G1)
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