Publicado em 15/09/2025 às 10:24, Atualizado em 15/09/2025 às 14:33
Mãe/madrasta sabia do crime e coagia as vítimas a não denunciarem o caso
Um homem de 46 anos e uma mulher de 39 foram presos na manhã de sábado (13), em Nova Alvorada do Sul, acusados de abusar sexualmente das próprias filhas e de outras vítimas. A prisão foi realizada pela Polícia Civil, por meio da Delegacia de Itaporã, e ocorre dez anos após os primeiros crimes.
Início das investigações
De acordo com a polícia, os abusos começaram em 2014, quando a família morava em Ponta Porã. Naquele ano, uma das filhas do investigado, com 9 anos, foi diagnosticada com sífilis, a mesma doença sexualmente transmissível que também foi confirmada no pai e na madrasta.
Na época, a criança relatou que ela e a irmã, então com 12 anos, teriam sido abusadas por um vizinho desconhecido. Como não havia provas de autoria, o caso foi arquivado.
Nova denúncia dez anos depois
Em julho deste ano, uma denúncia anônima feita ao Disque 180 apontou o próprio pai como autor dos crimes, além de levantar a suspeita de que ele teria feito outras vítimas.
As filhas, hoje com 20 e 23 anos, foram contatadas pela Polícia Civil. Uma delas compareceu à delegacia e confirmou que foi abusada pelo pai durante vários anos, desde a infância, e que, por medo e coação, sustentou a versão falsa sobre um vizinho.
A segunda filha foi ouvida por videoconferência e também confirmou os abusos, afirmando que começaram por volta dos 7 anos e se repetiram até aproximadamente os 11. Durante o depoimento, a jovem demonstrou forte abalo emocional ao relembrar os episódios de violência.
Outras vítimas e participação da companheira
As investigações indicam ainda que outras meninas também foram abusadas, incluindo enteadas do suspeito e a filha da atual companheira. Segundo os relatos, a mulher tinha conhecimento dos crimes e ajudava a encobri-los, chegando a coagir as vítimas para que permanecessem em silêncio.
O homem também é investigado por crimes semelhantes em Campo Grande e em Nova Alvorada do Sul.
Prisão decretada
O casal teve a prisão temporária decretada e permanece à disposição da Justiça. A Polícia Civil segue apurando o caso para identificar todas as vítimas.
