Um pequeno estudo brasileiro foi interrompido precocemente por questões de segurança depois que pacientes com coronavírus submetidos ao tratamento com altas doses de cloroquina desenvolverem ritmo cardíaco irregular, o que aumenta o risco de uma arritmia cardíaca potencialmente fatal.
A cloroquina está intimamente relacionada a outro medicamento bastante utilizado, a hidroxicloroquina. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, promoveu ambas as medicações com entusiasmo como potenciais tratamentos para o novo coronavírus, apesar das poucas evidências de que elas funcionam e das preocupações de algumas das principais autoridades de saúde americanas.
No mês passado, a agência que regulamenta medicamentos e alimentos nos Estados Unidos (FDA) concedeu aprovação de emergência para permitir que os hospitais usassem cloroquina e hidroxicloroquina do estoque nacional, se os ensaios clínicos não fossem viáveis. As empresas que fabricam os dois medicamentos aumentaram a produção.
O estudo brasileiro envolveu 81 pacientes hospitalizados na cidade de Manaus, no Amazonas, e foi financiado pelo governo estadual. No sábado (11/04), a pesquisa foi publicada no medRxiv, um servidor on-line que armazena artigos da área da saúde antes de serem revisados por outros pesquisadores.
Como as diretrizes brasileiras recomendam o uso de cloroquina em pacientes com coronavírus, os pesquisadores disseram que incluir um placebo no estudo – considerada a melhor maneira de avaliar um medicamento – era uma “impossibilidade”.
Apesar das limitações, infectologistas e especialistas em segurança de medicamentos disseram que o estudo forneceu mais evidências de que a cloroquina e a hidroxicloroquina podem causar danos significativos a alguns pacientes, especificamente o risco de arritmia cardíaca fatal.
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