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Dormir menos de 5 horas por noite eleva risco de derrame

Cerca de metade das mulheres de meia-idade não consegue obter as horas de sono recomendadas

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Divulgação

Mulheres de meia-idade que dormem menos de cinco horas por noite têm até 75% mais chances de sofrer insuficiência cardíaca ou derrame, sugere um estudo recente.

Cientistas da Universidade de Pittsburgh, nos EUA, acompanharam quase 3.000 mulheres com idades entre 42 e 52 anos, ao longo de 16 anos, para chegar às conclusões acima.

A cada ano, durante quase duas décadas, as mulheres preencheram pesquisas sobre seu sono — incluindo quantas horas dormiam em média por noite e se acreditavam ter insônia. Elas também responderam questionários de saúde para registrar doenças ou problemas em curso.

Até 75% mais risco de doenças

A análise dos dados revelou que mulheres que regularmente dormiam menos de cinco horas por noite tinham até 75% mais risco de sofrer diversos problemas cardiovasculares — incluindo derrame, ataque cardíaco, insuficiência cardíaca e doença arterial coronariana.

Surpreendentemente, essa relação permaneceu verdadeira mesmo quando outros fatores potencialmente contribuintes foram considerados, como IMC (Índice de Massa Corporal) e condições de saúde subjacentes.

Impactos da falta de sono

Os cientistas disseram que isso pode ocorrer porque dormir pouco pode aumentar a pressão arterial e desencadear resistência à insulina, aumentando o risco de danos aos vasos sanguíneos.

Eles também alertaram que aumenta o risco de obesidade — conhecida por impactar a saúde do coração — devido à desregulação dos hormônios de fome e saciedade do corpo.

O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) recomenda que todas as pessoas durmam de sete a nove horas todas as noites. Mas pesquisas sugerem que até um terço dos adultos não atinge regularmente essa meta. Entre as mulheres de meia-idade, pesquisas sugerem que cerca da metade não consegue obter as sete horas de sono recomendadas todas as noites.

Sono insuficiente na menopausa

Mulheres dessa faixa etária já têm um risco aumentado de doença cardíaca. A queda nos níveis de estrogênio após a menopausa pode tornar os vasos sanguíneos mais rígidos, interrompendo o fluxo sanguíneo para o coração.

O estudo, publicado na revista Circulation, da American Heart Association, usou dados do Estudo da Saúde das Mulheres em Toda a Nação (Swan, na sigla em inglês) — que acompanhou milhares de mulheres ao longo de 22 anos.

Ele recrutou mulheres pré-menopáusicas com idades entre 42 e 52 anos em 1996 e as acompanhou ao longo dos 16 anos seguintes. Durante o período do estudo, foram relatados 200 eventos cardiovasculares — dos quais 23 resultaram em fatalidade.

Eventos cardiovasculares foram definidos como infarto do miocárdio — ou ataque cardíaco — ataques cardíacos ou recebimento de tratamento para doença arterial coronariana.

Insônia é comum entre elas

Aproximadamente 10% relataram dificuldade para adormecer todas as noites, enquanto um quarto disse que acordava várias vezes durante a noite.

Um total de 363 (ou 14%) relataram dormir menos de cinco horas todas as noites em média, enquanto 760 (ou 30%) disseram que dormiam mais de oito horas por noite.

A maioria das mulheres (1.395, ou 55%) relatou dormir cerca de seis horas e meia todas as noites, em média.

Os pesquisadores também realizaram uma segunda análise que também considerou relatos de sintomas de insônia, como dificuldade para adormecer, acordar várias vezes durante a noite ou acordar mais cedo do que o planejado.

Isso revelou que aquelas que dormiam menos de cinco horas por noite, em média, e tinham sintomas de insônia mais de três vezes por semana tinham 75% mais chances de sofrer de doença cardíaca.

Esses dados foram comparados aos de mulheres que dormiam a quantidade recomendada e disseram que raramente sofriam de sintomas de insônia.

As limitações do estudo incluíram que a duração do sono e os sintomas de insônia foram autodeclarados e não foram monitorados por um dispositivo médico como um smartwatch.

Os pesquisadores também não consideraram outros fatores que afetam o sono, incluindo timing, regularidade e eficiência — ou a quantidade de sono leve, profundo e REM que alguém teve.

A doença cardiovascular é a principal causa de morte entre as mulheres nos EUA, com cerca de 300 mil mortes por ano. Mais de 60 milhões de mulheres nos EUA também vivem com algum tipo de doença cardíaca. 

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