Publicado em 17/03/2017 às 13:45, Atualizado em 13/09/2024 às 19:35
Estudos indicam que globalização permitiu barateamento de óleos de soja e palma e a difusão de culinária rica em calorias e pobre em nutrientes.
Uma colher de chá de óleo, medida com exatidão. É assim que o professor Tim Benton se lembra de sua mãe preparando a fritura dos alimentos.
Durante a sua infância, nos anos 1960, o óleo de cozinha ainda era um produto precioso, utilizado com parcimônia.
Hoje em dia, no entanto, ele é tão abundante e barato que o usamos sem restrições em tudo: desde o tempero da salada às frituras.
Isso não se limita à culinária: o óleo é também um ingrediente comum da maior parte dos produtos que compramos no supermercado.
Na verdade, o óleo vegetal, especialmente o de soja e o de palma (ou dendê), está entre os oito ingredientes - os outros sendo trigo, arroz, milho, açúcar, cevada e batata - que fornecem 85% das calorias consumidas mundialmente.
A cada dia que passa, não importa o país em que vivemos, todos temos uma dieta parecida - rica em calorias e pobre em nutrientes.
Calorias muito baratas
É um processo que o professor Benton, pesquisador da Universidade de Leeds especializado em segurança alimentar e sustentabilidade, relaciona diretamente ao comércio global.
A produção de óleos vegetais e as culturas oleaginosas cresceram consideravelmente nas últimas três décadas.
Esse crescimento foi incentivado por uma combinação de acordos comerciais, que tornaram mais barato e fácil exportar e importar óleo, e políticas governamentais. Por exemplo, os subsídios em países como Malásia e Indonésia, destinados a aumentar a produção para exportação, ajudaram a baixar o preço do óleo vegetal.