Quimioterapia para câncer de mama apresenta efeitos cognitivos

Problemas cognitivosComo esses problemas cognitivos variam em intensidade, e como há pelo menos duas quimioterapias mais utilizadas contra o câncer de mama, era necessário comparar as duas terapias principais para tentar começar a elucidar o problema. Shelli Kesler (Universidade do Texas) e Douglas Blayney (Universidade de Stanford) fizeram isto agora, comparando os efeitos dos quimioterápicos à base de antraciclina e aqueles que não usam essa droga (não-antraciclina) sobre o estado cognitivo e a conectividade cerebral funcional das pacientes.

Danos cognitivos

A quimioterapia à base de antraciclina mostrou mais efeitos negativos sobre alguns domínios cognitivos específicos e sobre as conexões de rede do cérebro do que os medicamentos não baseados em antraciclina.

As mulheres tratadas com quimioterapia à base de antraciclina apresentaram menor memória verbal, incluindo a lembrança imediata e a lembrança tardia, em comparação com os outros dois grupos de mulheres (não-antraciclina e controle, sem quimioterapia).

Os tratamentos com antraciclina também foram associados com uma menor conectividade da rede cerebral, sugerindo uma diminuição da eficiência do processamento de informações, dizem os pesquisadores.

Mas, apesar dos piores efeitos da antraciclina, os relatos das pacientes sobre as disfunções cognitivas e os distúrbios psíquicos aumentaram nos dois grupos tratados com quimioterapia, em comparação com as pacientes tratadas sem quimioterapia.

Preliminares

“Estes resultados devem ser considerados preliminares, dado o pequeno tamanho da amostra,” conclui o estudo publicado no periódico JAMA Oncology.

Além de incluir mais pacientes, a equipe recomenda fazer estudos prospectivos que incluam avaliações de pré-tratamento e pós-tratamento, uma vez que os efeitos colaterais são sérios e continuam ocorrendo.