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Tabaco é uma ameaça ao desenvolvimento

O uso do tabaco constitui um grande obstáculo ao desenvolvimento sustentável

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Divulgação

O uso do tabaco constitui um grande obstáculo ao desenvolvimento sustentável, com impacto generalizado sobre a saúde e a pobreza, declarou a representante da OMS em África.

Numa declaração, por ocasião do Dia Mundial Sem Tabaco, que se assinala quarta-feira, Matshidiso Moeti acentuou que o impacto do consumo de cigarro compromete o crescimento económico, a igualdade de género, o ambiente e a educação.

A nível mundial, o cigarro mata mais de 7,2 milhões de pessoas por ano, dos quais 80 por cento nos países de baixo ou médio rendimento, de acordo com a declaração, na qual se lê que, em África, morrem anualmente cerca de 150 mil adultos, devido a doenças relacionadas com o cigarro.

Cerca de metade dos consumidores morre prematuramente por doenças causadas pelo tabaco e, em média, os fumadores perdem 15 anos de vida, alerta a directora regional do escritório da OMS para a África, para quem o uso do tabaco é um dos principais factores de risco evitáveis de doenças não transmissíveis, como doenças cardiovasculares e pulmonares crónicas, cancro e diabetes.

“É uma ameaça para todos, independentemente do sexo, idade, raça e contexto cultural ou educacional”, alertou ainda Matshidiso Moeti. Em África, o custo dos cuidados de saúde, devido ao consumo de cigarro, representa 3,5 por cento da despesa total da saúde por ano, de acordo com a declaração de Matshidiso Moeti, reafirmando que o consumo de cigarro impõe um pesado fardo económico às economias nacionais, através do aumento dos custos dos cuidados de saúde e de uma menor produtividade.

“O uso do tabaco agrava as desigualdades na saúde e pobreza, visto que as pessoas mais pobres passam a gastar menos em produtos essenciais, como alimentos, educação e cuidados de saúde”, afirmou Matshidiso Moeti.

Insegurança alimentar

As plantações de tabaco, acentuou Matshidiso Moeti, contribuem para a insegurança alimentar e a subnutrição, apoderando-se de terrenos agrícolas, que poderiam ser usados com maior utilidade na cultura de produtos alimentares.

A alta funcionária da Organização Mundial da Saúde alertou que o cigarro tem igualmente impacto sobre o ambiente, através do fumo, lixo, incêndios e desflorestação, provocando alterações ao clima. Além disso, a simples cultura e produção de tabaco constituem um perigo para a saúde, sendo ainda mais agravante o facto de os trabalhadores dos campos de tabaco estarem expostos à doença do tabaco verde e a perigos sanitários provocados pelas pesticidas e pela inalação de fumo e poeira do tabaco.

Na visão de Matshidiso Moeti, a Convenção-Quadro da OMS para a Luta Antitabágica (CQLA) é o instrumento mais poderoso a nível mundial para combater o impacto negativo do tabaco sobre o desenvolvimento.

A directora-regional da OMS para África disse acreditar que o aumento dos impostos e dos preços do tabaco são formas comprovadas e eficazes para reduzir a procura do tabaco, dificultando o seu acesso.

O controlo do comércio ilícito é igualmente uma política-chave para reduzir o consumo de cigarro e as suas consequências para a saúde e a economia, defendeu Matshidiso Moeti, para quem a luta contra o tabaco pode quebrar o ciclo de pobreza, contribuir para acabar com a fome, promover a agricultura sustentável e o crescimento económico e combater as alterações climáticas.

Para assinalar a efeméride, a OMS escolheu, para este ano, o tema “Tabaco - uma ameaça ao desenvolvimento”, a fim de sensibilizar as pessoas sobre os perigos associados ao consumo de cigarro e à exposição ao fumo.

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