Publicado em 14/10/2024 às 14:22, Atualizado em 14/10/2024 às 18:25
Validação da delação depende de pagamento de R$ 80 mil referente a propina recebida.
Tiago Basso da Silva, delator da Operação Tromper, tem até o dia 31 deste mês para pagar uma guia judicial de R$ 80 mil, valor referente à propina que admitiu ter recebido enquanto participava de um esquema de corrupção na Prefeitura de Sidrolândia. O pagamento é parte de seu acordo de delação premiada firmado com o Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS).
O cumprimento desse pagamento é uma das cláusulas necessárias para validar sua colaboração premiada. O acordo foi peça fundamental para que o Grupo Especial de Combate à Corrupção (Gecoc) e a 3ª Promotoria de Justiça de Sidrolândia reunissem provas contra o vereador Claudinho Serra (PSDB), apontado como líder do esquema.
Basso fechou o acordo três meses após ser preso durante a segunda fase da Operação Tromper, em 2023. Ele confessou sua participação na organização criminosa e a prática de corrupção passiva, o que lhe permitiu deixar a cadeia em 31 de outubro daquele ano, após meses preso. Considerado uma figura chave na execução dos crimes, Basso foi poupado da última denúncia do MP, que envolveu Claudinho Serra e mais 21 pessoas.
A confirmação da delação de Basso veio à tona em uma nota de rodapé de uma peça do MP, onde foi informado que ele não seria denunciado devido ao acordo firmado e homologado judicialmente.
A Operação Tromper teve duas fases em 2023 e culminou com a prisão de Claudinho Serra em 3 de abril, que obteve liberdade supervisionada no dia 26 do mesmo mês. Após a terceira fase da investigação, o MP denunciou 22 pessoas por fraudes em licitações na cidade, alegando que a organização criminosa atuava de maneira "predatória e ilegal", com "gana e voracidade".