Publicado em 06/06/2014 às 07:50, Atualizado em 26/10/2016 às 09:53
Indígenas das 12 comunidades da etnia Terena que compõem a Aldeia Buriti marcaram uma reunião na noite desta quinta-feira (5) para acalmar os ânimos de companheiros que desejam partir para as retomadas de terras vizinhas à aldeia.
A possível retomada em massa deixou em alerta os fazendeiros, que disseram ao Midiamax estar prontos até para o combate armado. Eles lembraram que o fim das retomadas, consideradas invasões pelos ruralistas, também faz parte de acordo entre as partes.
A gente não sabe de onde está partindo essa ideia de retomada antes do prazo. Queremos evitar conflitos. Nos reunimos e decidimos que o melhor a fazer é esperar o prazo de 30 de junho, para uma resposta do Ministério da Justiça. Se não tiver resultado aí sim vamos resolver o que faremos, disse o cacique Maioki, da Aldeia Tereré.
Segundo o cacique, nova reunião foi chamada porque apenas 11 aldeias participaram da primeira: a Tereré, Córrego do Meio, Dez de Maio, Barrerinha, Oliveira, Água Azul, Recantos, Lagoinha, Nova Buriti, Olho Dágua e Nova Tereré.
Só a aldeia Buriti não participou, não avisou o motivo. Por isso chamamos uma nova reunião. Se alguma aldeia mudar de ideia ou não concordar em cumprir a trégua, nós vamos tentar convencê-los, porque queremos que fique como está: tranquilo, argumentou o cacique.
Em maio do ano passado, o indígena Oziel Gabriel, 36 anos, foi morto em um dos confrontos com os fazendeiros que envolveram homens da Polícia Federal. Até hoje ninguém foi responsabilizado pela morte do indígena.