Publicado em 16/06/2014 às 13:06, Atualizado em 26/10/2016 às 09:57
Foi realizada na última sexta-feira (13), em Brasília (DF), reunião entre representantes dos produtores rurais da região de Sidrolândia e Dois Irmãos do Buriti (MS), do Ministério da Justiça, do Incra
Confira abaixo a nota de repúdio na íntegra:
O desfecho da reunião entre representantes dos produtores rurais da região de Sidrolândia e Dois Irmãos do Buriti (MS), do Ministério da Justiça, do Incra e da Funai estarrece o setor produtivo e mostra mais uma vez - o descaso da União para com a questão séria e delicada dos conflitos gerados pelas invasões a propriedades privadas no Brasil. A postergação do final das negociações para depois do início da Copa do Mundo ultrapassando o prazo estabelecido pelo Governo Federal - foi uma manobra premeditada para desviar o foco e um desrespeito aos produtores, cidadãos brasileiros, que vivem a violência de terem suas propriedades invadidas e a insegurança da constante ameaça de novas invasões.
Cumprindo etapa prevista no modelo de negociação estabelecido pelo Ministério da Justiça, os proprietários da área vizinha à Aldeia Buriti - pretendida pela comunidade indígena para expansão da aldeia contrataram uma assessoria técnica para identificar o valor venal das propriedades envolvidas. Atendendo solicitação do Ministério, os produtores apresentaram um contra laudo com documentos e avaliações detalhadas das propriedades, corrigindo a superficialidade e imprecisão da avaliação apresentada anteriormente pelo Incra e Funai.
Em reunião realizada na última quarta-feira (11), representantes do Incra e da Funai pediram uma nova reunião para sexta-feira (13) depois do início da Copa do Mundo - com objetivo de tratar dos detalhes do fechamento da negociação. Surpreendentemente, os representantes do Governo Federal não acolheram o contra laudo apresentado alegando ser uma avaliação de empresa privada.
É inadmissível que os representantes do Governo Federal recusem um documento que o próprio Ministério da Justiça recomendou e que demandou tempo, esforço e recursos para ser elaborado!
Confiantes do fechamento do acordo - ainda que o valor apontado no laudo não atendesse ao valor de mercado das propriedades levantado inicialmente - os produtores não contavam com a manobra calculada dos órgãos do Governo Federal, demonstrando a falta de seriedade na condução das negociações e a ausência de vontade política de encontrar uma solução que seja justa para todos.
Com informações Famasul