Publicado em 24/02/2014 às 17:46, Atualizado em 26/10/2016 às 09:03
O psicólogo e ator Vinícius Romão de Souza, 27 anos, está preso desde 10 de fevereiro após ser acusado de roubo, informou a rádio Globo nesta segunda-feira (24). O caso do artista, que atuou em 2012 na novela Lado a Lado, da TV Globo, gerou comoção na web, já que ele teria sido detido injustamente depois de ser confundido com o verdadeiro assaltante. Conhecidos de Vinícius afirmam que este é mais um caso de preconceito racial, pois o ator é negro.
De acordo com a reportagem, o incidente aconteceu na noite de 10 de fevereiro, quando a copeira Dalva Maria da Costa foi assaltada em um ponto de ônibus na rua Amaro Cavalcanti, no Méier, zona norte do Rio de Janeiro. O criminoso, segundo ela, levou sua bolsa com carteira, celular e outros pertences. Minutos depois, Dalva, que permaneceu chorando no local, foi abordada por um homem que se identificou como policial Freitas, e que a chamou para entrar em seu automóvel.
Em um viaduto próximo, os dois avistaram Vinícius Romão, e Dalva o identificou como sendo o ladrão. Segundo a rádio Globo, o ator estava voltando de seu trabalho como vendedor em um shopping na região, função que ele desempenha para complementar a renda. Após o reconhecimento de Dalva, o policial Freitas imediatamente sacou a arma e revistou Vinícius, que não estava com nenhum dos pertences da vítima.
Mesmo sem portar os objetos da vítima, o ator foi algemado, encaminhado ao 25º Distrito Policial do Engenho Novo, e registrado como flagrante. Em seguida, ele foi levado à Casa de Detenção Patrícia Acioli, em São Gonçalo, região metropolitana do Rio, onde ainda se encontra preso.
Segundo o advogado de Vinícius, Nogueira de Abreu, não é incomum esse tipo de arbitrariedade por parte da polícia, principalmente quando se trata de pessoas negras. O que houve, na realidade, foi um reconhecimento precipitado, que não foi apurado.
Nogueira ainda relatou que a liberdade provisória do artista foi solicitada, mas que o juíz responsável pelo caso não se manifestou até o momento em relação a nenhum requerimento feito pela defesa o advogado também solicitou gravações de uma câmera localizada em frente ao ponto de ônibus em que Dalva foi abordada.