Na semana passada, autoridades de Mato Grosso do Sul realizaram uma apreensão inédita no Estado: 2.260 sachês de Snus, um produto derivado do tabaco, altamente concentrado em nicotina, que estava sendo transportado para o Rio Grande do Sul. O Snus, conhecido como um “cigarro sem fumaça”, tem conquistado adeptos na Europa e, mais recentemente, despertado a atenção das autoridades brasileiras devido aos seus efeitos nocivos.
O Que é o Snus?
O Snus é composto por pequenos sachês de celulose que contêm um pó fino de tabaco. Esses sachês são colocados entre a gengiva e a bochecha ou o lábio superior, permitindo que a nicotina seja absorvida pela mucosa oral.
Embora seja popular em países como Suécia e Noruega, o produto é proibido no Brasil e na União Europeia desde 1992, com exceção desses dois países nórdicos. O Snus sueco é conhecido por seu forte sabor de tabaco, enquanto a versão americana tende a ser mais doce e menos úmida.
O produto ganhou notoriedade entre jogadores de futebol, especialmente na Premier League inglesa, onde muitos admitem usá-lo para melhorar a concentração. No entanto, especialistas alertam para os perigos à saúde, que vão desde o aumento da dependência química até o comprometimento cognitivo.
Riscos à Saúde
De acordo com a SES (Secretaria de Estado de Saúde), cada sachê de Snus apreendido contém 6,5 mg de nicotina, seis vezes mais do que a quantidade presente em um cigarro convencional. Esse nível elevado de nicotina aumenta significativamente o risco de dependência e pode levar a uma série de complicações graves, como:
Câncer: boca, esôfago e estômago.
Problemas cardiovasculares: pressão alta, infarto e outras complicações do sistema circulatório.
Distúrbios metabólicos: aumento do risco de diabetes e obesidade.
A absorção direta pela mucosa bucal também torna o produto mais perigoso, uma vez que a nicotina entra na corrente sanguínea de forma mais rápida e eficiente, aumentando o impacto no sistema nervoso central.
Apreensão e Outras Irregularidades
Além do Snus, a operação resultou na apreensão de 6.600 cápsulas de fitoterápicos falsificados. Esses produtos continham substâncias como ibuprofeno e corticoides, que, sem supervisão médica, podem causar gastrite, úlceras, falência renal e complicações metabólicas.
Alerta às Autoridades e Consumidores
A popularidade do Snus, especialmente entre jovens e esportistas, preocupa as autoridades. Especialistas destacam que o apelo do produto, que inclui sabores atrativos e a promessa de ser menos prejudicial do que o cigarro comum, pode levar ao aumento do uso, mesmo em países onde é proibido.
Consumidores devem ficar atentos e evitar qualquer produto derivado de tabaco que não tenha regulamentação oficial. Além disso, ações como a apreensão em Mato Grosso do Sul mostram a importância de combater o contrabando e a disseminação de produtos que colocam em risco a saúde pública.
A conscientização sobre os riscos associados ao Snus e outros derivados do tabaco é fundamental para prevenir novos casos de dependência e complicações de saúde.
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