Buscar

Ataques de escorpião crescem e média chega a um por dia em Campo Grande

Combinação de umidade e altas temperaturas gera proliferação de escorpiões na periferia

Elena Barbosa tapa os ralos de sua residência para evitar que mais escorpiões invadam sua casa (Foto: Valdenir Rezende / Correio do Estado)

As altas temperaturas e o número de chuvas que caíram na Capital desde o começo do ano são o principal fator que justifica a proliferação de insetos e o surgimento de escorpiões na cidade.

O aumento de acidentes com esses animais foi registrado por moradores, e a  Secretaria de Saúde de Campo Grande (Sesau) já calcula mais de uma vítima por dia por picadas de escorpião. De janeiro a fevereiro de 2015,  já foram registradas 82 ocorrências no município. No ano passado, mais de 433 casos foram notificados. Em Campo Grande, não há registro de morte devido a ataque de escorpião desde 2011.

A dona de casa Elena Barbosa, 45 anos, guarda em casa como “recordação” um pote com os escorpiões que encontrou em casa no período de um mês; são quase 20. Ela conta que os insetos surgiram em março, principalmente no banheiro de casa, e um deles chegou a picar o esposo, que,  por sorte, não teve nenhum ferimento grave. 

A preocupação, de acordo com Elena, é com a filha de 10 anos. Para se precaver da infestação, a dona de casa adotou algumas medidas. Todos os dias, ela passa veneno na casa e o cuidado com a limpeza do quintal foi redobrado. 

Mas, para que os escorpiões não voltem a aparecer, a vizinhança também tem que dar continuidade aos cuidados, fazendo a manutenção dos quintais, mas esse é o problema encontrado pela moradora. “Os vizinhos jogam lixo no bueiro, não cuidam da limpeza, então não adianta eu fazer minha parte”, denuncia. 

De acordo com a Bióloga Sílvia Barbosa do Carmo, chefe de controle de animais peçonhentos do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ),  o risco de encontrar o escorpião é maior na área central da Capital, principalmente em locais próximos aos córregos. Segundo ela, há uma grande colônia do aracnídeo nestes canais. Sílvia também aponta bairros como Moreninhas e Coophamat como os que mais registram casos de picadas. A maior incidência de casos é registrada de dezembro a maio, devido às altas temperaturas e às chuvas frequentes, um convite à proliferação do animal. 

O mau hábito da população é a grande preocupação da profissional, e indica a medida principal para evitar os animais em casa, fazendo barreiras físicas, bem como conservando o imóvel livre de rachaduras, quintal limpo, ralo devidamente tampado.  

O Centro Integrado de Vigilância Toxicológica (Civitox)  registrou, somente neste começo de ano, mais de 50 ataques de escorpião. Em 2014, segundo o centro, ocorreram 260 registros de casos envolvendo o animal peçonhento.

O recomendado, em casos de acidentes com o animal, é que a pessoa não deve ingerir  medicamentos sem orientação médica, não jogar substância química no local e nem amarrar a área picada. Se possível, levar o animal para que seja identificado, assim, a vítima da picada deverá receber o tratamento específico.

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site.