Após uma campanha intensa e cheia de reviravoltas, a senadora Tereza Cristina consolidou sua liderança política em Mato Grosso do Sul ao garantir a eleição de Adriane Lopes (PP) como prefeita de Campo Grande, desafiando praticamente todas as lideranças políticas do estado, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro, que optou por apoiar um candidato rival no primeiro turno.
A vitória também evidenciou o conservadorismo predominante no estado, que Tereza Cristina agora quer unificar para fortalecer a direita no cenário político regional e nacional.
Entre os nomes que tentaram barrar sua candidatura estavam antigos aliados como o ex-governador Reinaldo Azambuja e seu articulador, Sérgio de Paula, que apoiaram o candidato Beto Pereira (PSDB). No primeiro turno, Bolsonaro também preferiu se aliar ao PSDB, movimento que causou um racha na direita local e acabou fragilizando a base bolsonarista no estado. Quando o candidato tucano foi eliminado logo na primeira fase da eleição, implicado em denúncias de corrupção, o cenário mudou, e o segundo turno transformou-se em uma corrida contra Tereza Cristina.
Apesar da pressão, Tereza manteve o apoio a Adriane Lopes, consolidando o projeto com uma chapa pura do PP. A vitória histórica de Adriane reforçou a posição de Tereza Cristina como a principal liderança da direita em MS e mostrou o potencial do partido para as eleições de 2026. Em sua análise, a senadora destacou que as divergências dentro da direita devem ser superadas para consolidar uma unidade política: “Temos que consolidar, nos unirmos. Não tivemos toda a direita junta, mas as eleições mostraram que temos um caminho e temos que ter inteligência. Deixar as vaidades de lado e pensar no Brasil que queremos.”
A crise com Bolsonaro e os desafios para unificar a direita
Tereza Cristina reconheceu que houve tensões com Bolsonaro, sobretudo após o ex-presidente escolher apoiar o PSDB. Ela afirmou que a decisão foi um erro e que já discutiu isso com o ex-presidente, buscando restaurar a aliança. Para ela, a lição da disputa eleitoral em Campo Grande é clara: o PP e o PL precisam atuar como forças coesas no estado para alcançar êxito em 2026.
A senadora avaliou que o PSDB, em meio a tentativas de fusão e federação nacional, se reaproxima do PL em MS, indicando uma possível reconfiguração da base conservadora no estado. “Temos que ver os desdobramentos disso. Já vimos um movimento do PSDB indo para o PL aqui no Estado. Vamos ver como essas forças se juntam para 2026”, ponderou Tereza.
Crescimento do PP e influência nas prefeituras de MS
Com a vitória de Adriane Lopes em Campo Grande, o PP passa a administrar 16 prefeituras no estado, o que amplia significativamente a influência do partido nas decisões políticas de MS. Para a senadora, essa expansão consolida o PP como uma força dominante e traz a responsabilidade de conduzir um projeto de desenvolvimento sustentável para as cidades do estado. Ela expressou confiança no trabalho de Adriane: “Campo Grande tem muitos problemas que precisam ser resolvidos, e ela vai deixar sua marca aqui.”
A estratégia de Tereza Cristina para os próximos anos inclui fortalecer as alianças e expandir a base do PP em Mato Grosso do Sul, com foco nas eleições de 2026. A senadora espera que a experiência de 2024 sirva como aprendizado para unificar a direita no estado, deixando claro que o futuro político de MS deverá “passar pelo PP.”
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