A mãe e o padrasto de uma criança internada em estado gravíssimo na Santa Casa de Campo Grande foram presos por tentativa de homicídio, na manhã desta quinta-feira (1º). A prisão temporária foi cumprida por investigadores da DEPCA (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente).
O caso chegou ao conhecimento das autoridades no dia 23 de janeiro, depois que a criança de dois anos deu entrada na Santa Casa com sinais evidentes de agressão e traumatismo craniano. A mãe disse que o menino havia caído da escada, mas exames clínicos constataram lesões em pulmão, acúmulo de líquido e hematoma no abdômen, além de escoriações nos membros inferiores.
A mãe e o padrasto foram ouvidos pela polícia no decorrer da semana e negaram qualquer agressão ao menino. Em um primeiro momento, não foram presos, pois a polícia aguardava laudos periciais. Nesta manhã, com evidências do crime, os dois acabaram presos. A mãe foi localizada na casa da avó materna da criança, no Jardim Los Angeles.
A avó da criança contou ao Campo Grande News que três policiais, sendo dois homens e uma mulher, chegaram por volta das 6 horas na casa. Ela estava sentada na varanda tomando chimarrão e os policiais perguntaram sobre a mãe da criança. A avó respondeu que a filha estava dormindo. "Eles só disseram 'então chama ela' e quando ela saiu falaram 'acompanha a gente', mas ninguém disse que havia sido presa".
A avó materna demonstrou apreensão em relação a segurança da filha. Ela relata que quando a polícia chegou nesta manhã, vários vizinhos foram para a frente da casa e estão ameaçando linchar a mãe da criança.
Não há informações sobre o local que o padrasto foi preso. O casal foi levado para a sede da DEPCA, onde também a polícia dará detalhes do caso em uma coletiva de imprensa, às 14h desta quinta. "Este evento fornecerá detalhes sobre as investigações, as circunstâncias do crime e as medidas legais tomadas até o momento", diz nota da PCMS (Polícia Civil de Mato Grosso do Sul).
Depoimento - A avó materna da criança foi ouvida pela polícia no decorrer da investigação. Ela contou não acreditar que a filha pudesse ter agredido o neto, mas que o padrasto poderia ter sido o autor das agressões.
A avó ainda relatou à polícia que o pai biológico da criança estava preso, mas conseguiu liberdade provisória e chegou a ir até a casa dela para buscar a outra filha, de 4 anos, afirmando que o menino que está internado havia morrido. Contudo, a advogada dele, Eleudi Silva, afirmou que a avó materna é quem está com a criança mais velha.
Eleudi ainda afirmou em vídeo encaminhado à imprensa que entrará com pedido de guarda para o pai biológico.
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