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Mundial atrasa acordo entre produtores rurais e indígenas

Foi realizada na última sexta-feira (13), em Brasília (DF), reunião entre representantes dos produtores rurais da região de Sidrolândia e Dois Irmãos do Buriti (MS), do Ministério da Justiça, do Incra

Porém nada foi definido. Integrantes da Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul - Famasul - divulgaram uma nota de repúdio sobre o desfecho da reunião que, foi novamente adiada, devido à realização da Copa do Mundo no Brasil.

Confira abaixo a nota de repúdio na íntegra:

O desfecho da reunião entre representantes dos produtores rurais da região de Sidrolândia e Dois Irmãos do Buriti (MS), do Ministério da Justiça, do Incra e da Funai estarrece o setor produtivo e mostra – mais uma vez - o descaso da União  para com a questão séria e delicada dos conflitos gerados pelas invasões a propriedades privadas no Brasil. A postergação do final das negociações para depois do início da Copa do Mundo – ultrapassando o prazo estabelecido pelo Governo Federal - foi uma manobra premeditada para desviar o foco e um desrespeito aos produtores, cidadãos brasileiros, que vivem a violência de terem suas propriedades invadidas e a insegurança da constante ameaça de novas invasões. 

Cumprindo etapa prevista no modelo de negociação estabelecido pelo Ministério da Justiça, os proprietários da área vizinha à Aldeia Buriti - pretendida pela comunidade indígena para expansão da aldeia – contrataram uma assessoria técnica para identificar o valor venal das propriedades envolvidas. Atendendo solicitação do Ministério, os produtores apresentaram um contra laudo com documentos e avaliações detalhadas das propriedades, corrigindo a superficialidade e imprecisão da avaliação apresentada anteriormente pelo Incra e Funai.

Em reunião realizada na última quarta-feira (11), representantes do Incra e da Funai  pediram uma nova reunião para sexta-feira (13) – depois do início da Copa do Mundo - com objetivo de tratar dos detalhes do fechamento da negociação. Surpreendentemente, os representantes do Governo Federal não acolheram o contra laudo apresentado alegando ser uma avaliação de empresa privada.

É inadmissível que os representantes do Governo Federal recusem um documento que o próprio Ministério da Justiça recomendou e que demandou tempo, esforço e recursos para ser elaborado!

Confiantes do fechamento do acordo - ainda que o valor apontado no laudo não atendesse ao valor de mercado das propriedades levantado inicialmente - os produtores não contavam com a manobra calculada dos órgãos do Governo Federal, demonstrando a falta de seriedade na condução das negociações e a ausência de vontade política de encontrar uma solução que seja justa para todos.

Com informações Famasul

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