O Cemitério Municipal São Sebastião, localizado na região central de Sidrolândia, está próximo de atingir sua capacidade máxima de ocupação. A história conta que ele já existe pelo menos desde a década de 1940 e vem passando por manutenções desde 2014, além de reformas ao longo do tempo.
O SidroNews teve acesso a imagens aéreas exclusivas, feitas com drone, que revelam um cenário preocupante: mais de 90% da área do cemitério já está ocupada com sepulturas, sobrando apenas pequenos corredores e lotes isolados para novos enterros.
Segundo informações apuradas com o ex administror do local, o cemitério possui hoje cerca de 8 mil sepulturas, conforme apontado pelo último censo realizado em 2024.
A área útil do campo-santo é de exatos 5 hectares (50 mil m²).
O crescimento populacional de Sidrolândia — que ultrapassou os 60 mil habitantes, segundo a última estimativa do IBGE — aumentou naturalmente a demanda por sepultamentos. Outro fator determinante foi a pandemia de Covid-19, que entre 2020 e 2022 levou a um aumento expressivo no número de óbitos.
Em abril de 2025, Sidrolândia confirmou o 181º óbito por Covid‑19 desde o início da pandemia, o que representa um impacto significativo sobre a ocupação do Cemitério São Sebastião.
Estima-se que cerca de 18 a 22 sepultamentos ocorram mensalmente no local. O modelo de sepultamento praticado também contribui para o esgotamento: a maioria dos túmulos é construída com estruturas horizontais de alvenaria, o que exige muito espaço por cova, ao contrário de cemitérios modernos que adotam gavetas verticais ou ossuários coletivos.
“Mesmo com uma reorganização das quadras e aumento da eficiência dos enterros, temos menos de 15% de área útil restante”, explicou o ex encarregado geral do Cemitério São Sebastião.
✅ Trâmites para Intervenção em um Cemitério Municipal (como o São Sebastião):
Quando um cemitério municipal está prestes a atingir sua capacidade, como é o caso do São Sebastião, algumas ações podem ser consideradas. Mas todas exigem trâmites legais e ambientais, como:
Avaliação Técnica e Ambiental:
A prefeitura deve solicitar um estudo de capacidade e impacto ambiental, que analisa, por exemplo, o solo, a água subterrânea e o nível de ocupação.
Autorização da Vigilância Sanitária e Meio Ambiente:
A ampliação, construção de gavetas verticais, ossuários, ou qualquer tipo de intervenção precisa de autorização da Vigilância Sanitária Municipal e/ou Estadual.
Também é necessário licenciamento ambiental junto ao órgão ambiental competente (como o IMASUL em Mato Grosso do Sul).
Projeto Técnico:
Um engenheiro ou arquiteto precisa elaborar um projeto com base em normas da ABNT NBR 13.912/1997, que trata do planejamento e operação de cemitérios.
Audiência Pública (em alguns casos):
Dependendo da dimensão da obra ou da construção de um novo cemitério, pode ser exigida uma audiência pública com a população.
Licitação para Obra:
A execução da obra ou reforma precisa seguir a Lei de Licitações (Lei nº 14.133/2021), com edital, seleção de empresa e acompanhamento técnico.
⚠️ O Problema do Chorume em Cemitérios
O chorume de cemitério é um dos maiores problemas ambientais associados a campos-santos antigos, especialmente os que não têm estrutura moderna ou impermeabilização adequada.
O que é?
É um líquido escuro, tóxico e malcheiroso, gerado pela decomposição dos corpos.
Contém bactérias, vírus, metais pesados, compostos orgânicos e inorgânicos perigosos.
Problemas causados:
Contaminação do solo e lençol freático:
Se o solo não for impermeabilizado corretamente, o chorume pode infiltrar e contaminar a água subterrânea, prejudicando poços e aquíferos.
Risco à saúde pública:
Em regiões onde a água de poço é usada para consumo humano, isso pode causar doenças graves, como hepatite, febre tifoide, disenteria, etc.
Mau cheiro e impacto urbano:
O chorume em grandes volumes pode gerar odores desagradáveis, atraindo insetos e prejudicando a qualidade de vida nos arredores.
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