"Foi um desespero. Tinha criança jogada no asfalto, crianças gritando", descreveu Valdemar do Carmo Reginaldo, de 62 anos, sobre o acidente que deixou cinco feridos na noite dessa quinta-feira (24), na Rua Getulina, esquina com a Rua Pinhão, no Bairro Estrela Dalva, em Campo Grande. Todas as vítimas são crianças e uma delas está em coma.
O aposentado é avô de três crianças que foram vítimas do acidente. Todas são irmãs. Ele conta que a família mudou há quatro meses para a região e é comum os netos brincarem com os amiguinhos na calçada. "Eles vão na pracinha ou ficam na frente de casa brincando", diz Valdemar.
Ontem, a filha do aposentado, mãe das crianças, estava cuidando os filhos brincando, mas entrou em casa e foi o momento em que ocorreu o acidente. "Ela ouviu o barulho e saiu de novo. Estava todo mundo no chão, machucado, coitadas das crianças", lembra o avô.
Os três netos e outras duas crianças, vizinhas, foram vítimas. "Uma neta minha de 13 anos está na ala vermelha, teve escoriações porque foi arrastada. O de cinco anos quebrou o fêmur e vai fazer cirurgia. O outro teve escoriações, mas já recebeu alta".
O aposentado acredita que o acidente foi proposital. "Porque ele vem em alta velocidade e joga o carro nas crianças. Por que não jogou para o outro lado?", questiona. A família pretende entrar na justiça contra o motorista que causou o acidente.
Atropelamento - O motorista contou que saiu da igreja, levou a namorada em casa e seguia pela Rua Getulina em direção à Rua Panônia, quando viu as crianças na esquina próximo à Rua Pinhão. Ele perdeu o controle da direção ao tentar desviar e acabou atropelando as vítimas, que têm idades entre 5 e 14 anos.
O condutor do carro diz que parou para prestar socorro, mas como apareceu algumas pessoas no local, ficou com medo de ser agredido, abandonou o carro e se escondeu em local próximo. Ele retornou após a chegada das viaturas. O homem foi submetido ao teste do bafômetro e o resultado deu negativo para consumo de bebida alcoólica.
O motorista foi conduzido pela Polícia Militar à Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) Cepol, ouvido e liberado. Câmera de segurança registrou o acidente e as imagens já estão em poder da polícia.
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