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AVC em professora dentro de academia alerta para riscos em pessoas jovens

Aos 34 anos, Camila Belarmino sofreu um AVC isquêmico enquanto dava uma aula de jump

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Divulgação

Aos 34 anos, a profissional de educação física Camila Belarmino sofreu um AVC (Acidente Vascular Cerebral) isquêmico enquanto dava uma aula de jump. Ela trabalha na academia Prime Fitness, localizada na Avenida Três Barras, em Campo Grande.

Pedidos de oração pela melhora de Camila circulam em grupos de WhatsApp nesta quarta-feira (9). Segundo mensagem enviada em um deles, a mulher passou por cirurgia na Santa Casa e o estado de saúde é delicado.

A professora tem uma filha e cuida da mãe idosa. A reportagem ainda não conseguiu contato com a família para saber o resultado da operação, mas solicitou boletim do hospital. A academia também foi contatada para comentar sobre a comoção entre os colegas e alunos, mas ainda não se manifestou.

Neurologista comenta - O que chama a atenção no caso é que além de jovem, a mulher tem hábitos saudáveis. Por que então ela foi acometida por um AVC?

Neurologista chefe do setor de AVC do Humap (Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian), Gabriel Braga afirma que casos na faixa etária de Camila representam 15% do total registrado no mundo, de acordo com a literatura médica.

Somente entre os pacientes de Mato Grosso do Sul atendidos pelo Humap, o número é até mais elevado: 20% dos casos de AVC acometem pessoas abaixo de 55 anos, considerado público jovem para os padrões de risco, como explica o neurologista.

Pessoas idosas são as mais vulneráveis, mas os casos em pessoas até 55 anos vêm crescendo. O principal motivo de alerta é para quem leva vida oposta à de Camila: sedentária. "As causas comuns estão aumentando em jovens por conta do sedentarismo, sobrepeso e doenças como hipertensão e diabetes", diz Gabriel.

Ao se movimentar - Por outro lado, é possível que atividades físicas intensas desencadeiem, sim, um AVC. O médico explica o que pode acontecer.

"A principal causa seria a dissecção (rompimento) de artéria cervical, mas ela não é a única causa. A gente pode ter condições congênitas como o forame oval patente, que é uma pequena comunicação dentro do coração, entre as válvulas, entre as cavidades cardíacas, que pode fazer um coágulo se desprender do lado venoso e ir parar no cérebro", descreve. O mesmo risco vale até para atividades sexuais

O neurologista destaca que um quarto da população tem condições congênitas que propiciam um AVC, mas a maioria não sabe.

Ele também confirma que são reais outros gatilhos discutidos em páginas na internet, como ter o pescoço estralado em sessões de quiropraxia, por exemplo.

Mais fatores são o uso de hormônios, desde anticoncepcionais até os que têm fim estético, e uso de medicamentos para enxaqueca com aura (com alterações na visão durante a crise). Eles podem provocar trombofilia e o AVC.

Tempo precioso - O tempo em que é socorrida uma pessoa que apresenta sintomas de AVC é essencial para salvá-la de sequelas e da morte. Ao desconfiar, é preciso chamar o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) ligando 192 ou levar a pessoa imediatamente até uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento).

Sinais mais comuns são fala desconexa, dificuldade de lembrar de alguma coisa, boca torta e perda de força em um lado do corpo.

A melhor forma de prevenir um AVC é realizar check-ups, se alimentar de forma saudável e evitar atividades físicas intensas caso possua uma doença congênita.

"Manter a saúde cardiovascular e investigar causas mais específicas pode ser recomendado. Atividade física de forma moderada e supervisionada é importante em alguns casos", finaliza o neurologista.

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